Lisboa, 17 mai 2019 (Lusa) -- O
Governo de Timor Leste vai promover um estudo ambiental para avaliar o impacto
das construções portuárias nos mangais e no mar, disse hoje o ministro
timorense dos Transportes e Comunicações, José Agustinho da Silva.
O responsável timorense, que
falava no encontro Oceans Meeting, em Lisboa, salientou o empenho do seu
governo no desenvolvimento portuário para "impulsionar economicamente o
país", mas garantiu também que estão salvaguardadas as questões
ambientais.
"O governo vai fazer um
estudo ambiental para evitar afetar os mangais e o mar em geral. Temos leis
muito rigorosas para o ambiente e também damos muta atenção ao transporte de
matérias perigosas", sublinhou. O petróleo é o principal produto exportado
pelo país.
O plano de desenvolvimento
estratégico do governo timorense prevê a construção de várias infraestruturas
portuárias ao longo de dez anos, através de parcerias público-privadas.
Serão "zonas portuárias
polivalentes" com capacidade para receber até um milhão de toneladas de
carga por ano e adaptadas ao transporte de mercadorias e passageiros, pescas e
turismo.
"Queremos ser um ponto de
entrada para a indústria petrolífera e outros fins, com áreas logísticas e
instalações turísticas", acrescentou Agustinho da Silva.
O Porto de Tibar, perto da
capital timorense, Dilí é o primeiro grande projeto em modelo de parceria
público-privada e o maior projeto de infraestruturas de sempre em Timor-Leste.
Com uma duração prevista de
construção de três anos, o projeto está atualmente na fase de dragagem, durante
a qual vão ser retirados mais de cinco milhões de metros cúbicos de terra,
antes de serem reclamados ao mar 27 hectares para construir o cais principal.
O projeto tem tido vários 'falsos
arranques', tendo uma primeira cerimónia de lançamento de primeira pedra
ocorrido em junho de 2017, com uma cerimónia liderada pelo então ministro do
Planeamento e Investimento Estratégico, Xanana Gusmão, e responsáveis do
consórcio liderado pela francesa Bolloré.
Questões relacionadas quer com o
financiamento, quer com a subcontratação acabaram por afetar o arranque do
projeto.
Uma nova cerimónia de lançamento
da primeira pedra ocorreu a 30 de agosto do ano passado, sendo que as obras,
quase oito meses depois, praticamente não começaram.
Localizado a cerca de 10 quilómetros a
oeste de Díli, na baía de Tibar, o projeto contou com a participação da
International Finance Corporation (IFC), do grupo do Banco Mundial.
A primeira fase do projeto
(construção, equipamento e operação do porto) está avaliada em 278,3 milhões de
dólares (238 milhões de euros), com o Governo timorense a financiar com 129,45
milhões de dólares (110,7 milhões de euros), e o parceiro privado os restantes
148,85 milhões (127,3 milhões de euros).
Na segunda fase, já de
exploração, a Bolloré prevê investir cerca de 211,7 milhões de dólares (181,1
milhões de euros), em grande parte provenientes das receitas da atividade
portuária.
A Bolloré contratou para a
construção do projeto a empresa pública chinesa China Harbour.
RCR (ASP) // PJA
Sem comentários:
Enviar um comentário