Milhares
de manifestantes encheram hoje as ruas das imediações da residência oficial do
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no centro de Jerusalém, em
mais um protesto para exigir a sua demissão.
Desde
o início do verão que milhares de israelitas tomaram as ruas, apelando à
demissão de Netanyahu, protestando contra a forma como lidou com a crise
do coronavírus no país e reclamando a sua suspensão de funções
enquanto estiver a ser julgado por acusações de corrupção.
Os
trabalhadores independentes cujas empresas foram prejudicadas pela crise
económica também se juntaram à marcha hoje.
Embora Netanyahu tenha
tentado minimizar os protestos, as manifestações só parecem estar a ficar mais
fortes.
Hoje,
em Jerusalém, os manifestantes empunharam bandeiras israelitas, tocaram buzinas
e entoaram palavras de ordem contra Netanyahu.
"Ministro
da Criminalidade" e "Balfour está nas nossas mãos", numa
referência à rua onde vive Netanyahu, foram algumas das mensagens
presentes em faixas e cartazes exibidos pelos manifestantes.
Netanyahu é
acusado de corrupção e o governo de coligação do país criticado por "não
reconhecer o sofrimento dos cidadãos".
Cerca
de 1.000 pessoas também protestaram num cruzamento perto da casa de praia de Netanyahu,
na cidade costeira de Caesaria.
As
manifestações foram acompanhadas por forte presença policial, mas não houve
relatos de violência nos protestos, que decorreram de forma ordeira.
As
manifestações contra Netanyahu são os maiores protestos em Israel
desde 2011, quando os israelitas saíram às ruas para protestar contra o elevado
custo de vida do país.
Depois
de ter agido rapidamente para conter o vírus na Primavera, muitos acreditam que
Israel reabriu a sua economia demasiado depressa, conduzindo a novos surtos da
doença, com o país a atingir agora níveis recorde de infeções pelo
novo coronavírus, enquanto o desemprego subiu para mais de 20%.
Muitos
dos manifestantes, incluindo jovens israelitas desempregados, acusam Netanyahu de
gerir mal a crise do coronavírus.
Netanyahu catalogou
os manifestantes como "esquerdistas" e "anarquistas",
acusando-os de incitarem à violência contra o seu governo.
Acusou
também os meios de comunicação social locais de incentivarem as manifestações
ao lhes darem grande cobertura mediática.
O
filho de Netanyahu, Yair, causou polémica, esta semana, quando
descreveu os manifestantes como "alienígenas", o que levou a que hoje
muitos participantes nos protestos tenham aparecido vestidos de extraterrestres.
Embora
as manifestações tenham sido globalmente pacíficas, tem havido alguns focos de
violência ao longo das semanas.
Alguns
manifestantes entraram em confronto com a polícia, acusando-a de uso excessivo
de força, enquanto pequenos grupos de apoiantes de Netanyahu filiados
a um grupo de extrema-direita agrediram os manifestantes.
As
manifestações, que têm lugar várias vezes por semana em locais por todo o país,
são organizadas por uma rede de grupos de ativistas sem ligações
políticas.
Alguns
são contra a permanência de Netanyahu em funções enquanto está a ser
julgado por acusações de fraude, quebra de confiança e recebimento de subornos.
Notícias
ao Minuto | Lusa
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