quinta-feira, 9 de abril de 2015

Deputados portugueses confiantes em solução para caso de português detido em Díli



Díli, 08 abr (Lusa) - Uma delegação parlamentar portuguesa mostrou-se hoje confiante que a situação de um cidadão português detido preventivamente em Díli se resolva no mais curto espaço de tempo possível, apesar da complexidade do caso.

"Estamos em presença de uma situação muito complicada, tomada pelas autoridades timorenses. Uma decisão que respeitamos, que é da competência das autoridades timorenses e que confiamos que venha a ter uma solução no mais curto espaço de tempo", disse á Lusa o deputado Arménio Santos (PSD).

O deputado referia-se à situação de Tiago Guerra, detido preventivamente desde outubro na cadeia de Becora, em Díli, por suspeitas de branqueamento de capital, mas sem que, até ao momento, tenha sido formalizada contra si qualquer acusação.

Tiago Guerra foi hoje visitado durante 40 minutos pela delegação parlamentar portuguesa à margem da sua extensa agenda de contactos com as autoridades timorenses, incluindo membros do Governo e deputados.

A delegação parlamentar - que integra ainda os deputados Antónia Almeida Santos (PS), Inês Teotónio Pereira (CDS-PP), João Ramos (PCP) e Helena Pinto (BE) - está em visita a Timor-Leste desde terça-feira e até sábado.

"Esta delegação, ao tomar conhecimento da situação, de que havia um compatriota nosso detido, e que a comunicação social tinha feito algumas referências a esse caso, entendeu que era nossa obrigação ir visitar esse nosso compatriota e inteirarmo-nos da situação em que se encontrava", explicou, em nome da delegação.

"O estado de esprito do detido Tiago Guerra é o estado de espírito de uma pessoa que está numa situação privada de liberdade. Ninguém que esteja privado de liberdade se pode sentir bem", afirmou.

Arménio Santos disse à Lusa que as autoridades prisionais timorenses "foram excecionais na forma como encararam" a visita da delegação que, explicou, pôde ainda constatar "que todo este processo está a ser adequadamente acompanhado por parte da representação diplomática portuguesa".

Magro, com o uniforme de t-shirt e calção azul da prisão, nas costas a palavra "Prisioneiro" a amarelo, Tiago Guerra encontrou-se com os deputados numa das salas administrativas da cadeia, localizada na zona de Becora, parte oriental da capital.

A sua mulher, Chan Fong Fong Guerra, que foi detida na mesma altura, está com Termo de Identidade e Residência (TIR), impossibilitada de sair de Timor-Leste.

No final de março os advogados de defesa apresentaram ao Ministério Público timorense documentos e declarações para clarificar a sua situação financeira e, em breve, deverão apresentar um parecer a solicitar o "reexame dos pressupostos da aplicação da prisão preventiva" e a "alteração para uma medida não privativa de liberdade".

Oficialmente, e como disse recentemente à Lusa o procurador-geral timorense, José Ximenes, Tiago Guerra é suspeito do crime de branqueamento de capitais com "factos que aconteceram em vários países", explicando que foram enviadas cartas rogatórias com pedidos de informação para Portugal e para Macau.

ASP // VM

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