Díli,
08 abr (Lusa) - Uma delegação parlamentar portuguesa mostrou-se hoje confiante
que a situação de um cidadão português detido preventivamente em Díli se
resolva no mais curto espaço de tempo possível, apesar da complexidade do caso.
"Estamos
em presença de uma situação muito complicada, tomada pelas autoridades
timorenses. Uma decisão que respeitamos, que é da competência das autoridades
timorenses e que confiamos que venha a ter uma solução no mais curto espaço de
tempo", disse á Lusa o deputado Arménio Santos (PSD).
O
deputado referia-se à situação de Tiago Guerra, detido preventivamente desde
outubro na cadeia de Becora, em Díli, por suspeitas de branqueamento de
capital, mas sem que, até ao momento, tenha sido formalizada contra si qualquer
acusação.
Tiago
Guerra foi hoje visitado durante 40 minutos pela delegação parlamentar
portuguesa à margem da sua extensa agenda de contactos com as autoridades
timorenses, incluindo membros do Governo e deputados.
A
delegação parlamentar - que integra ainda os deputados Antónia Almeida Santos
(PS), Inês Teotónio Pereira (CDS-PP), João Ramos (PCP) e Helena Pinto (BE) -
está em visita a Timor-Leste desde terça-feira e até sábado.
"Esta
delegação, ao tomar conhecimento da situação, de que havia um compatriota nosso
detido, e que a comunicação social tinha feito algumas referências a esse caso,
entendeu que era nossa obrigação ir visitar esse nosso compatriota e
inteirarmo-nos da situação em que se encontrava", explicou, em nome da
delegação.
"O
estado de esprito do detido Tiago Guerra é o estado de espírito de uma pessoa
que está numa situação privada de liberdade. Ninguém que esteja privado de
liberdade se pode sentir bem", afirmou.
Arménio
Santos disse à Lusa que as autoridades prisionais timorenses "foram
excecionais na forma como encararam" a visita da delegação que, explicou,
pôde ainda constatar "que todo este processo está a ser adequadamente
acompanhado por parte da representação diplomática portuguesa".
Magro,
com o uniforme de t-shirt e calção azul da prisão, nas costas a palavra
"Prisioneiro" a amarelo, Tiago Guerra encontrou-se com os deputados
numa das salas administrativas da cadeia, localizada na zona de Becora, parte
oriental da capital.
A
sua mulher, Chan Fong Fong Guerra, que foi detida na mesma altura, está com
Termo de Identidade e Residência (TIR), impossibilitada de sair de Timor-Leste.
No
final de março os advogados de defesa apresentaram ao Ministério Público
timorense documentos e declarações para clarificar a sua situação financeira e,
em breve, deverão apresentar um parecer a solicitar o "reexame dos
pressupostos da aplicação da prisão preventiva" e a "alteração para
uma medida não privativa de liberdade".
Oficialmente,
e como disse recentemente à Lusa o procurador-geral timorense, José Ximenes, Tiago
Guerra é suspeito do crime de branqueamento de capitais com "factos que
aconteceram em vários países", explicando que foram enviadas cartas
rogatórias com pedidos de informação para Portugal e para Macau.
ASP
// VM
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