segunda-feira, 6 de junho de 2016

PM timorense pede a investidores que vejam só "riscos reais" e não os "imaginados"


Díli, 06 jun (Lusa) - O primeiro-ministro timorense destacou hoje os esforços do seu Governo para implementar reformas que criem melhores condições para investidores internacionais, apelando a que olhem para os "riscos reais" de Timor-Leste e não os "imaginados".

"O Governo é consciente de que é difícil conseguir capital privado em mercados emergentes como Timor-Leste devido a um número de barreiras, incluindo a perceção de que os retornos podem ser afetados pelo nível de risco", afirmou Rui Maria de Araújo.

"Esperamos porém que a vossa avaliação sobre Timor-Leste seja baseada em riscos reais e não em riscos percebidos ou imaginados", afirmou.

Rui Maria de Araújo falava na abertura de um encontro empresarial com cerca de uma centena de participantes de vários países da região destinada a dar a conhecer o potencial de Timor-Leste a investidores em áreas tão diversas como petróleo e gás, minas, café e agricultura, turismo, transporte e construção, entre outras.

Rui Araújo recordou que até aqui o Governo tem recorrido ao Fundo Petrolífero (FP) para financiar o Orçamento do Estado que, por sua vez, é o maior motor da economia, numa estratégia que ajudou a conseguir importantes melhorias em áreas como educação e saúde, reforço institucional e participação ativa da população.

Investimentos, disse, que têm contribuído para atrair investimentos no setor do petróleo e gás natural, telecomunicações e manufatura, mas que não chegam para criar suficientes empregos num país onde mais de 60% da população tem menos de 25 anos.

"Apesar do que se alcançou, garantir que os jovens de Timor-Leste são educados, saudáveis e empregados produtivamente são os maiores desafios de desenvolvimento que Timor-Leste enfrenta na próxima década", disse.

"E para criar oportunidades de emprego para jovens, manter crescimento sustentável e preparar um futuro de menos receitas petrolíferas, temos de diversificar economia e fontes de receitas", disse.

Rui Araújo destacou que o Governo continuará a avançar numa ampla agenda de reforma nas áreas económica, fiscal, da administração pública e do quadro legal e jurídico.

"Espera-se que a implementação destas reformas ajude a criar as bases necessárias para uma base legal mais coerente e harmonizada, aumentando a confiança no estado de direto e criando um melhor ambiente para investidores estarem em Timor-Leste", disse.

Arcanjo da Silva, diretor da TradeInvet, a agência de promoção de investimento em Timor-Leste, também destacou os esforços das autoridades timorenses em implementar um amplo programa de reformas económicas que inclui alterações para atrair mais investidores e empresários.

Segundo explicou, desde 2006 o Governo emitiu 180 certificados de investimento, quatro dos quais este ano, para empresas nacionais e internacionais, representando projetos no valor total de mais de 400 milhões de dólares e que vão devem criar mais de mil empregos.

"É um progresso significativo mas ainda com muitos desafios a que só podemos responder com o apoio adequado dos nossos parceiros, dentro e fora de Timor-Leste", disse, destacando os acordos para promover o país globalmente, com agências congéneres, incluindo a portuguesa AICEP.

ASP // MP

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