segunda-feira, 6 de junho de 2016

Timor-Leste cria "janela única" para reduzir burocracia no comércio externo


Díli, 06 jun (Lusa) - Processar importações ou exportações de bens em Timor-Leste vai demorar entre 12 e 36 horas a partir de 2020, uma redução significativa face à média atual de nove dias, segundo as previsões do Governo timorense.

A melhoria, como explicou hoje Fernanda Borges, coordenadora da comissão de reforma fiscal, será conseguida em grande parte pela introdução da "Janela Única de Timor-Leste".

"Trata-se de um sistema eletrónico que eliminará toda a papelada, reduzirá custos administrativos e demora, a possibilidade de erros e fraude e facilitará o comércio externo", sublinhou Fernanda Borges.

"Este processo retirará a montanha de burocracia existente atualmente, criará padrões e permitirá cumprir, de forma mais eficiente, todo o aspeto associado ao comércio externo", referiu.

Fernanda Borges disse que desde 2013, o tempo de processamento de bens importados para Timor-Leste caiu 37%, de 15 para nove dias, devendo passar a demorar "apenas entre 12 e 36 horas em 2020".

Com a introdução desta "janela única", Timor-Leste ficará numa posição única que pode ajudar a fomentar o comércio entre a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, a que o país poderá aderir nos próximos anos) e a Comunidade de Países de Língua Portuguesa CPLP, de que já é membro), considerou Fernanda Borges.

"Como membro destas duas organizações, Timor-Leste é o único país que pode ligar estes dois corpos regionais e, pela primeira vez, criar uma janela única inter-regional entre a CPLP e a ASEAN", frisou.

Segundo referiu, o sistema que Timor-Leste está a desenvolver poderá permitir ligar ainda outros países vizinhos, como a Austrália, a Nova Zelândia ou nações do Pacifico, como "ponte para acesso a mercados e comércio".

Timor-Leste iniciou em 2015 um amplo plano de reforma fiscal, incluindo medidas para fortalecer a integridade das instituições governamentais que lidam com a arrecadação de receitas.

Alterações à base tributária estão também a ser preparadas, no intuito de aumentar as receitas não-petrolíferas do Estado.

ASP // MP

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