terça-feira, 5 de julho de 2016

Líder de Hong Kong quer relançar processo de reforma política por ser "aspiração comum"


Hong Kong, China, 05 jul (Lusa) -- O chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, disse hoje que o processo de reforma política na região chinesa deve ser relançado o mais rápido possível, por ser uma "aspiração comum".

No sábado, a número dois do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse que "sinceramente esperava que" o próximo governo possa reiniciar o processo para que os residentes da cidade possam escolher o seu próprio líder através do princípio de "um homem, um voto".

Hoje, ao falar à imprensa antes da reunião semanal do Conselho Executivo, CY Leung disse que enquanto líder atual de Hong Kong, também concorda que concretizar o processo de reforma política o mais rápido possível é "uma aspiração comum dos residentes de Hong Kong, da cidade e do governo central". CY Leung acrescentou que a eleição sob o princípio "um homem, um voto" daria ao chefe do Executivo "grande legitimidade".

As declarações proferidas hoje por CY Leung surgem uma semana depois de uma entrevista publicada no jornal South China Morning Post, em que disse que não pretende, nos 12 meses que lhe restam até ao fim do mandato, retomar o processo da reforma política, alegando que "não tem tempo", "não é realista" e não há consenso na sociedade.

"Por mais que quisesse retomar o processo de desenvolvimento político, não acho que vou ter tempo nos próximos 12 meses e não acho que temos o consenso necessário na sociedade (...). Sei que Pequim não vai rever a Lei Básica, não é realista recomeçar o processo", disse CY Leung, em entrevista ao jornal South China Morning Post.

Qualquer reforma eleitoral requer o apoio de dois terços dos membros do Conselho Legislativo (parlamento em Hong Kong), o que significa que o governo precisa do apoio de, pelo menos, vários democratas. A reforma política também requer a aprovação do Comité Permanente da Assembleia Nacional do Povo.

Em 2014, Pequim avançou com uma proposta de reforma política que previa a introdução de voto universal para o líder do Governo, mas só depois de os candidatos (dois a três) serem pré-selecionados por uma comissão de 1.200 membros, vista como próxima de Pequim.

A proposta, que ainda em 2014 esteve na origem do movimento Occupy, que durante 79 dias bloqueou as ruas da cidade, foi rejeitada pelo Conselho Legislativo em junho de 2015.

O pacote de reforma política proposto por Pequim acabou por ser chumbado pelo voto contra dos democratas.

FV (ISG) // ISG

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