O
ex-presidente de Moçambique Joaquim Chissano saudou ontem "o
desenvolvimento, entusiasmo e esperança" que encontrou em Timor-Leste, 14
anos depois da sua anterior visita ao país, aplaudindo o esforço de diálogo
interpartidário, a bem da estabilidade nacional.
@veronicafernandes
"Vi
o desenvolvimento que existe, vi também o entusiamo que existe na juventude, a
esperança de um amanhã melhor para Timor-Leste", afirmou Joaquim Chissano,
que falava em Díli perante mais de 1.300 congressistas reunidos no IV Congresso
Nacional da Fretilin, o segundo maior partido timorense.
"Fiquei muito satisfeito por ouvir também que está em curso um trabalho de diálogo interpartidário para garantir a unidade e colaboração e solidariedade do povo timorense", afirmou.
Chissano, que na segunda-feira recebe a mais alta condecoração timorense que pode ser dada a um estrangeiro (o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste), está em Díli para participar em eventos que assinalam o 20.º aniversário da entrega do Prémio Nobel da Paz aos timorenses José Ramos-Horta e Ximenes Belo.
Apesar de já ter visitado Timor-Leste antes - para as cerimónias da restauração da independência de Timor-Leste em 2002 - esta foi a primeira vez que Chissano pôde falar diretamente a uma grande plateia de timorenses.
"É uma grande ocasião para, através de vós, endereçar as saudações do povo moçambicano ao povo timorense, as felicitações da Frelimo à Fretilin", afirmou, acrescentando que este é um encontro que marca um relacionamento com longa história entre Timor-Leste e Moçambique, entre os movimentos de independência dos dois países e entre a Fretilin e a Frelimo.
"Crescemos sabendo que existia uma terra que se chamava Timor-Leste. O próprio colonialismo trouxe para Timor-Leste alguns moçambicanos, um deles da minha terra natal. Por isso, já de miúdo, sabia que existia Timor-Leste. Ou Timor, porque na altura não se dizia leste", afirmou.
"Percebemos que o povo de Timor-Leste não gostava do colonialismo, que vivia oprimido, que não tinha nenhum desenvolvimento social, não tinha a educação necessária", afirmou.
Apesar dessa consciência, "os oceanos que separam" os dois continentes e os dois países impediram mais contactos entre moçambicanos e timorenses nessa altura e um apoio mais material.
"Sabíamos que em Timor devia haver pessoas que pensavam nesta luta pela independência nacional. E ainda antes dos primeiros contactos, já nos perguntávamos como fazer, para apoiar, nem que fosse moralmente", disse.
"A nossa disponibilidade foi espontânea, lamentámos não poder, realmente, ter capacidade real de dar um apoio material à luta timorense. Comprometemo-nos a fazer o que pudéssemos e o que podíamos fazer era na área diplomática", afirmou.
Para Chissano, o mais "emocionante" foi perceber que os primeiros contactos foram feitos "pelo que era na altura a vanguarda do povo timorense, que se chamava Fretilin", onde na altura estavam figuras como Xanana Gusmão e José Ramos-Horta.
Joaquim Chissano foi recebido com vivas a Moçambique, a Timor-Leste, à Frelimo e à Fretilin no Centro de Convenções de Díli onde decorre o encerramento do congresso do segundo maior partido timorense.
O secretário-geral da Fretlin, Mari Alkatiri, homenageou o "amigo, camarada, irmão e acima de tudo militante da causa da libertação de Timor-Leste", que acompanhou desde antes até da declaração da independência timorense em 1975.
Alkatiri recordou que o primeiro contacto com Chissano ocorreu quando este era primeiro-ministro do Governo de transição moçambicano e se encontrou com uma delegação da Fretilin liderada por Nicolau Lobato, o primeiro líder do partido.
Um encontro que se repetiria dois meses depois quando a delegação timorense assistiu à proclamação da independência de Moçambique.
"Percorremos durante muitos anos os corredores da ONU e outras instâncias internacionais, juntamente com o camarada Chissano como Ministro dos Negócios Estrangeiros a ensinar-nos os primeiros passos da diplomacia", disse Alkatiri.
O líder da Fretilin recordou ainda que Chissano, com "a sua habilidade diplomática e jurídica, conseguiu liderar as negociações difíceis com a Renamo e trouxe a paz" a Moçambique.
Lusa, em SAPO TL
"Fiquei muito satisfeito por ouvir também que está em curso um trabalho de diálogo interpartidário para garantir a unidade e colaboração e solidariedade do povo timorense", afirmou.
Chissano, que na segunda-feira recebe a mais alta condecoração timorense que pode ser dada a um estrangeiro (o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste), está em Díli para participar em eventos que assinalam o 20.º aniversário da entrega do Prémio Nobel da Paz aos timorenses José Ramos-Horta e Ximenes Belo.
Apesar de já ter visitado Timor-Leste antes - para as cerimónias da restauração da independência de Timor-Leste em 2002 - esta foi a primeira vez que Chissano pôde falar diretamente a uma grande plateia de timorenses.
"É uma grande ocasião para, através de vós, endereçar as saudações do povo moçambicano ao povo timorense, as felicitações da Frelimo à Fretilin", afirmou, acrescentando que este é um encontro que marca um relacionamento com longa história entre Timor-Leste e Moçambique, entre os movimentos de independência dos dois países e entre a Fretilin e a Frelimo.
"Crescemos sabendo que existia uma terra que se chamava Timor-Leste. O próprio colonialismo trouxe para Timor-Leste alguns moçambicanos, um deles da minha terra natal. Por isso, já de miúdo, sabia que existia Timor-Leste. Ou Timor, porque na altura não se dizia leste", afirmou.
"Percebemos que o povo de Timor-Leste não gostava do colonialismo, que vivia oprimido, que não tinha nenhum desenvolvimento social, não tinha a educação necessária", afirmou.
Apesar dessa consciência, "os oceanos que separam" os dois continentes e os dois países impediram mais contactos entre moçambicanos e timorenses nessa altura e um apoio mais material.
"Sabíamos que em Timor devia haver pessoas que pensavam nesta luta pela independência nacional. E ainda antes dos primeiros contactos, já nos perguntávamos como fazer, para apoiar, nem que fosse moralmente", disse.
"A nossa disponibilidade foi espontânea, lamentámos não poder, realmente, ter capacidade real de dar um apoio material à luta timorense. Comprometemo-nos a fazer o que pudéssemos e o que podíamos fazer era na área diplomática", afirmou.
Para Chissano, o mais "emocionante" foi perceber que os primeiros contactos foram feitos "pelo que era na altura a vanguarda do povo timorense, que se chamava Fretilin", onde na altura estavam figuras como Xanana Gusmão e José Ramos-Horta.
Joaquim Chissano foi recebido com vivas a Moçambique, a Timor-Leste, à Frelimo e à Fretilin no Centro de Convenções de Díli onde decorre o encerramento do congresso do segundo maior partido timorense.
O secretário-geral da Fretlin, Mari Alkatiri, homenageou o "amigo, camarada, irmão e acima de tudo militante da causa da libertação de Timor-Leste", que acompanhou desde antes até da declaração da independência timorense em 1975.
Alkatiri recordou que o primeiro contacto com Chissano ocorreu quando este era primeiro-ministro do Governo de transição moçambicano e se encontrou com uma delegação da Fretilin liderada por Nicolau Lobato, o primeiro líder do partido.
Um encontro que se repetiria dois meses depois quando a delegação timorense assistiu à proclamação da independência de Moçambique.
"Percorremos durante muitos anos os corredores da ONU e outras instâncias internacionais, juntamente com o camarada Chissano como Ministro dos Negócios Estrangeiros a ensinar-nos os primeiros passos da diplomacia", disse Alkatiri.
O líder da Fretilin recordou ainda que Chissano, com "a sua habilidade diplomática e jurídica, conseguiu liderar as negociações difíceis com a Renamo e trouxe a paz" a Moçambique.
Lusa, em SAPO TL
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