Díli,
09 out (Lusa) - O IV Congresso Nacional da Fretilin que hoje termina em Díli,
já aprovou 12 resoluções sem que qualquer delas faça referência às eleições
presidenciais e legislativas de 2017 ou ao programa político do partido.
As
12 resoluções foram aprovadas depois de dois dias e meios de longos debates,
sendo dominadas por referências à organização interna do partido e por
saudações à reeleição e á ação dos seus principais líderes, Francisco Guterres
(Lu-Olo) e Mari Alkatiri.
Para
já, e quando faltam poucas horas para o encerramento do congresso, não foi
ainda aprovado qualquer texto sobre os votos do próximo ano, incluindo sobre se
será o não formalizada a candidatura de Lu-Olo às eleições presidenciais.
Em
termos eleitorais a única referência é um testo de "apelo às estruturas de
base" para que se coordenem e ajustem na apresentação de candidatos a
chefes e conselhos de suco", processo que decorre este mês em Timor-Leste.
Do
leque de resoluções aprovadas contam-se duas de cariz internacional,
nomeadamente uma de saudação à eleição de António Guterres para
secretário-geral da ONU e outra sobre a "situação internacional".
O
texto condena "todos os atos de violência e formas de discriminação
económica, social, política e religiosa em qualquer ponto do mundo, não
compactuando com nenhum ato desse género".
Em
concreto, condena "todas as ações bombistas e a continuação da violência
extremista na Síria e no Médio Oriente ou outros atos repugnantes que vão
contra o estabelecido quer a nível internacional quer a nível nacional".
O
texto reafirma ainda "que os princípios e valores da Fretilin vão contra
todas as formas de discriminação económica, social, política e religiosa e a
utilização do terrorismo como meio para atingir os objetivos propostos pelos
determinados grupos de interesse económico, social, político e religioso".
De
destacar entre os textos aprovados a decisão do partido criar uma
"Comissão Nacional de Recomposição da História da Fretilin", para
"traduzir em letras para a memória futura" todos os
"acontecimentos históricos" do partido.
Entre
as outras resoluções aprovadas no congresso que começou na sexta-feira
contam-se uma de congratulação pela participação dos militantes no partido na
recente eleição direta para a liderança da Fretilin, voto que confirmou
Francisco Guterres (Lu-Olo) como presidente e Mari Alkatiri como
secretário-geral, com mais de 93% de apoio.
Os
dois líderes são congratulados noutra das 12 resoluções, pela sua "firmeza
nos princípios, sentido de responsabilidade, espírito de abnegação e capacidade
de liderança" e cuja reeleição foi "uma manifestação de confiança dos
quadros e militantes".
Outro
dos textos reconhece e saúda as estruturas internas, com destaque para a
Comissão Nacional de Preparação e Organização (CNPO/KNPO) e um outro aprova o
símbolo, a marcha e o estandarte da Juventude da Fretilin.
O
partido reconhece ainda o papel de Mari Alkatiri como responsável da Zona
Especial de Economia Social de Mercado (ZEESM) de Oecusse, que considera
"de importância fulcral para o desenvolvimento" da região e do país.
A
resolução sublinha ainda o apoio a Alkatiri para "a implementação de
projetos similares noutras regiões do país".
No
caso de Lu-Olo, uma outra resolução congratula o seu papel enquanto presidente
da Comissão Organizadora da X Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP,
que marcou o arranque em 2014 da presidência timorense da organização que em
novembro passa para o Brasil.
Para
a Fretilin a CPLP tem "importância estratégica para a junção dos vários
países pertencentes à comunidade e para a afirmação da língua".
ASP
//GC
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