segunda-feira, 15 de maio de 2017

Portugal | SALVADOR SOBRAL VENCE FESTIVAL DA EUROVISÃO - vídeo


O dueto de Salvador Sobral com a irmã na consagração da vitória na Eurovisão

Salvador Sobral traz para Portugal o primeiro troféu do Festival da Canção. Na sua atuação final, Luísa Sobral não só subiu ao palco com o irmão como cantou com ele. Ora veja e ouça.

Salvador Sobral foi o grande vencedor desta edição do Festival do Eurovisão. Trouxe para Portugal o primeiro troféu em 53 anos. Quando subiu ao palco para receber o troféu e discursar, o português fez uma exigência: “Eu quero que a minha irmã cante comigo”. E cantou. Luísa Sobral subiu ao palco com o irmão e cantou “Amar Pelos Dois” com ele.

Observador | Vídeo: Eurovision Song Contest

Salvador Sobral à chegada: "Não sei muito bem como vou lidar com isto"

Cantor chegou a Lisboa pouco depois das 16:00. No aeroporto, esperava-o uma multidão para agradecer

Centenas de pessoas esperavam por Salvador Sobral no aeroporto de Lisboa, este domingo. À chegada, e mesmo antes de cumprimentar os fãs que o aguardavam com cartazes e bandeiras portuguesas, respondeu às perguntas dos jornalistas. Admitindo que foi "um bom passo para a música portuguesa", o cantor não se cansou de frisar que a vitória "com uma canção assim" pode significar mesmo uma "mudança" para a Eurovisão.

Ainda com semblante cansado, Salvador e a irmã, Luísa, sentaram-se numa sala para uma curta conferência de imprensa, pelas 16:30, depois do voo que os trouxe de Kiev, de regresso a Lisboa. "Não sei se sabem, mas nós recebemos um prémio das pessoas que percebem de música", disse entre risos. "Ela ganhou o de composição e eu o de melhor artista, dos compositores de todas as canções que participaram", disse, apontando para a irmã. "Eu disse que, para mim, aquilo era mais importante do que o prémio [da Eurovisão]", atirou.

"A canção é tão bonita que não nos compromete", continuou, enquanto sorria para os jornalistas, que lhe perguntavam se achava que o tema poderia despertar interesse pelo panorama musical português. Confrontado com o facto de o aeroporto Humberto Delgado estar repleto de fãs à espera dele, disse sem rodeios que queria manter-se igual a si mesmo: "tenho a noção de que ao início pode ter um grau de loucura, mas sei que estas coisas são efémeras e que daqui a dois ou três meses ninguém se lembra, e ainda bem". Não escondeu nada: "fotos e telemóveis deixam-me triste e invadem o meu espaço".

Sobre o facto de o tema vencedor, Amar Pelos Dois, ser em português, e a importância em contexto eurovisivo, foi contundente: "o idioma era a música". Mas não deixou de assinalar que, sempre que pôde, falou em português. "Era importante mostrar o máximo da nossa cultura, mas sem ser nacionalista".

Questionado a propósito do impacto que a vitória terá, confessa: "ainda não sei bem como vou lidar com isto. Espero conseguir fazer as coisas com tranquilidade, continuar a tocar. Se calhar temos de cobrar um bocadinho mais pelos concertos", ironizou, fazendo estalar gargalhadas na sala. "Na verdade, antes disto estava a fazer o que queria, a tocar por aí. Espero continuar".

Salvador e Luísa agradeceram ainda à RTP - "demos-lhe o prémio pequenino", disseram, acrescentando que a estátua maior vai para casa dos pais. Sobre o irmão, Luísa sublinhou que ele foi "o mais genuíno possível" e que merecia que lhe tivessem cantado os parabéns na sala de imprensa, depois da vitória.

Já sobre os restantes temas em competição na Eurovisão, Salvador revelou qual era a música que preferia: "a italiana, tinha uma mensagem satírica, bem à italiana. E gostei dele". A belga e a finlandesa, acrescentou a irmão, tinham qualidade "dentro do género". E o Azerbeijão, a quem Portugal atribuiu ontem a pontuação máxima? "Não!".

Bárbara Cruz | Diário de Notícias | Foto: António Cotrim/Lusa