quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Missão da CPLP na Guiné Equatorial só observou o ato eleitoral - secretária-executiva


Lisboa, 22 nov (Lusa) -- A secretária-executiva da CPLP respondeu hoje às críticas da oposição da Guiné Equatorial aos observadores eleitorais da comunidade lusófona explicando que a missão chegou tarde e só conseguiu observar o próprio ato eleitoral, tendo relatado um clima de tranquilidade.

Maria do Carmo Silveira explicou ainda que "a missão (de observação eleitoral da CPLP) vai preparar o seu relatório, no qual constarão, certamente, algumas observações e algumas recomendações para a melhoria do ato eleitoral no futuro", concluiu Maria do Carmo Silveira.

A secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa falava aos jornalistas no final de uma reunião com o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, em Lisboa.

O Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE) - do Presidente Teodoro Obiang -, no poder há 40 anos, venceu as eleições legislativas, para o Senado e municipais de 12 de novembro.


O PDGE e os 14 partidos aliados obtiveram a totalidade dos 75 assentos do Senado e foram eleitos para todas as presidências de municípios do país. Também ganharam 99 dos 100 assentos da Câmara dos Deputados, onde um único deputado da oposição, membro do partido Cidadãos para a Inovação (CI) foi eleito na circunscrição da capital, Malabo.

Os líderes das duas forças partidárias opositoras na Guiné Equatorial, Gabriel Obiang Obono, do partido Cidadãos para a Inovação (CI), e Andrés Esono Ondo, de um dos dois partidos que compõem a coligação Juntos Podemos, manifestaram-se desiludidos com a falta de críticas dos observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) às eleições de 12 de novembro.

Após as eleições legislativas e autárquicas na Guiné Equatorial, o chefe da missão de observação da CPLP, o ex-ministro cabo-verdiano Jorge Borges, apresentou um relatório preliminar em que não constava qualquer crítica ao processo.

"O que dizem as pessoas, nós não podemos controlar, naturalmente", disse Maria do Carmo Silveira ao ser confrontada pelos jornalistas com a acusação feita por alguns equato-guineenses de que a CPLP teria sido "comprada" pelo Governo do Presidente Teodoro Obiang.

"O que posso dizer é que, a convite do Governo da Guiné Equatorial, a CPLP enviou uma missão de observação eleitoral para as eleições legislativas e municipais que decorreram no dia 12 de novembro", referiu.

Segundo a secretária executiva, "tendo em conta a chegada tardia da referida missão à Guiné Equatorial, a missão só pode participar no próprio ato eleitoral, da votação".

"De acordo com aquilo que me foi reportado pela missão, as eleições decorreram num clima de tranquilidade, de acordo com aquilo que está legalmente estabelecido", disse ainda Maria do Carmo Silveira.

CSR (PJA) // FPA 

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