quarta-feira, 8 de novembro de 2017

PR timorense recebe bispos na sexta-feira para analisar situação política

Díli, 08 nov (Lusa) - O Presidente da República timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, recebe na sexta-feira em Díli os três bispos timorenses para ouvir a sua opinião sobre a situação política em Timor-Leste e a eventual queda do Governo.

Em comunicado, a Presidência explica que a reunião com os bispos Basílio de Nascimento, da diocese de Baucau, Virgílio do Carmo da Silva (Díli) e Norberto do Amaral (Maliana) decorre na manhã de sexta-feira no Palácio Presidencial, na capital timorense.

"O Presidente quer reunir-se com os bispos das Dioceses de Baucau, Díli e Maliana para ouvir a sua opinião relativamente à situação política que a nação enfrenta, na sequência da oposição no Parlamento Nacional ter rejeitado o Programa do VII Governo Constitucional", explica a nota.


O comunicado recorda que a Igreja Católica em Timor-Leste teve um papel importante na luta pela independência e continua a ter um papel significativo "na construção da nação" timorense.

Além dos líderes religiosos, explica a nota, o chefe de Estado quer ouvir a opinião da sociedade civil e de outras entidades que possam contribuir para encontrar uma solução política benéfica para Timor-Leste.

No domingo, o gabinete do Presidente já tinha anunciado um encontro a 15 de novembro com os líderes dos três maiores partidos timorenses, nomeadamente Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Xanana Gusmão presidente do Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) e Taur Matan Ruak presidente do Partido de Libertação Popular (PLP).

O Governo minoritário, apoiado pelos 23 deputados da Fretilin mais sete do Partido Democrático (PD), enfrentou uma moção de rejeição ao seu programa aprovada no mês passado pelo bloco da oposição, que integra o CNRT, PLP e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

O executivo está a preparar um novo programa do Governo, a apresentar até final do ano, tendo hoje aprovado o Orçamento Retificativo para 2017 que vai ser entregue no Parlamento Nacional na quinta-feira.

A oposição contestou já, quer a decisão do Governo de apresentar o orçamento - argumentando que há dinheiro nas contas públicas suficiente até ao final do ano -, quer o facto de o apresentar antes de voltar a levar aos deputados o novo programa.

Se o programa do Governo voltar a ser chumbado, o executivo cai e o Presidente da República tem de decidir se opta por outra solução governativa dentro do atual cenário parlamentar ou se convoca novas eleições.

Após as eleições, o CNRT, que foi o segundo partido mais votado, anunciou que pretendia ser oposição, mas agora aprovou encetar conversações formais para a constituição de uma Aliança de Maioria Parlamentar (AMP) que quer ser alternativa ao Governo da Fretilin.

ASP // FPA

Sem comentários: