Díli, 23 jan (Lusa) - O Partido
Democrático (PD), parceiro da coligação do Governo timorense, e quarto partido
do país, garantiu hoje que está pronto para cumprir qualquer decisão do
Presidente da República para o impasse político do país, sem detalhar que opção
prefere.
"Hoje os partidos políticos
falam e dão a sua opinião mas o Presidente da República é que decide e o PD
está pronto para qualquer decisão. Tudo depende do Presidente da República,
eleições antecipadas ou grande inclusão, é decisão do Presidente", afirmou
hoje Mariano Sabino.
Sabino, que falava aos
jornalistas depois de uma audiência com o Presidente da República, Francisco
Guterres Lu-Olo a uma delegação do PD, disse que nas eleições anteriores o povo
"mostrou que defende o multipartidarismo", ao não dar maioria
absoluta a qualquer partido.
"Para o PD a única filosofia
é de servir o povo, continuamos prontos para apoiar uma solução governativa.
Qualquer solução governativa que seja para melhorar o povo de
Timor-Leste", disse.
Mariano Sabino, que ocupa o cargo
de ministro de Estado e Ministro dos Recursos Minerais no atual Governo, lidera
o Partido Democrático (PD), a força política que integra a coligação de Governo
liderada pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).
A delegação do PD que esteve com
Lu-Olo incluiu ainda outros membros do executivo, nomeadamente Adriano
Nascimento, ministro de Estado na Presidência do Conselho de Ministros; António
da Conceição, ministro do Comércio e Indústria, e Lurdes Bessa, vice-ministra
da Educação, além de deputados e dirigentes do partido.
Apesar de várias tentativas dos
jornalistas, Mariano Sabino não defendeu qualquer das opções, considerando que
o PD respeitará a vontade do chefe de Estado e, num cenário de eleições
antecipadas, continuará "pronto para servir o povo e o país".
Além do PD, Lu-Olo recebeu já
hoje a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), o
Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e o Partido Libertação
Popular (PLP), tendo ainda previsto hoje uma reunião com o Kmanek Haburas Unidade
Nacional Timor Oan (KHUNTO).
Timor-Leste vive há vários meses
um período de incerteza política depois de a oposição ter chumbado o programa
do Governo e uma proposta de Orçamento Retificativo, apresentando depois a
moção de censura ao executivo e uma proposta de destituição do presidente do
Parlamento.
Se o Governo cair, o Presidente
da República tem a competência para decidir que solução se aplicará, com um
novo Governo saído do atual quadro parlamentar, um executivo de iniciativa
presidencial ou eleições antecipadas.
Até ao momento ainda não se
cumpriram os requisitos constitucionais para que Lu-Olo possa demitir o
Governo.
A Constituição determina que o
chefe de Estado só pode demitir o primeiro-ministro e o Governo no inicio da
nova legislatura, em caso de pedido de demissão, morte ou impossibilidade
física permanente do primeiro-ministro, rejeição do programa por duas vezes
(ainda só foi rejeitado uma vez), um chumbo a um voto de confiança ou a
aprovação de uma moção de censura.
A Fretilin defendeu hoje a opção
de eleições antecipadas, considerando que o povo é "soberano" e deve
ser novamente chamado a decidir sobre o futuro do país.
O CNRT, que disse preferir a
demissão do Governo atual, ofereceu-se, como segundo partido mais votado, para
liderar um novo executivo apoiado pelas forças da oposição, maioritárias no
atual Parlamento Nacional.
Já o PLP disse que respeitará
qualquer decisão, sendo crucial que o Presidente tome a sua decisão o mais
rapidamente possível dada a situação do país.
ASP
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