Díli, 23 jan (Lusa) - O líder do
terceiro partido timorense, Taur Matan Ruak, defendeu hoje que Timor-Leste
necessita de uma solução rápida do Presidente da República para o atual impasse
político e que é preferível ter uma decisão "errada" do que não ter nenhuma.
"A nossa posição, que
transmitimos ao senhor Presidente é que tendo em conta a situação é melhor
tomar uma decisão errada do que não tomar decisão. Reiteramos o nosso apoio e
respeito a qualquer que seja a decisão do senhor Presidente", afirmou no
Palácio Presidencial.
"Como porta-voz da Aliança
de Maioria Parlamentar (AMP) [bloco dos partidos da oposição] garanti que
qualquer que seja a decisão, estamos prontos. A decisão agora cabe ao senhor
Presidente", afirmou.
Taur Matan Ruak liderou a delegação
do Partido Libertação Popular (PLP) que se reuniu no Palácio Presidencial em
Díli com o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, que hoje está a ouvir os
partidos com assento parlamentar.
O ex-Presidente escusou-se,
apesar de várias perguntas, a clarificar qual das opções o seu partido
preferia, insistindo que o essencial era uma decisão rápida.
"O meu partido reitera a
confiança no senhor Presidente e cabe a ele decidir agora qual é a solução mais
viável para o país e qualquer solução que decidir nós cumprimos", disse.
"Vale mais a pena tomar uma
decisão errada ou má do que não decidir nada. Agora manter o país assim é que
não se pode", insistiu, remetendo para mais tarde explicação sobre se o
PLP irá ou não numa coligação pré-eleitoral em caso de eleições antecipadas.
Lu-Olo está hoje a ouvir os cinco
partidos com representação parlamentar antes de, na quarta-feira, presidir à
reunião do Conselho de Estado de que fazem parte, pelos cargos que ocuparam e
ocupam os líderes dos três maiores partidos: Mari Alkatiri (Fretilin), Xanana
Gusmão (CNRT) e Taur Matan Ruak (PLP).
Em comunicado, a Presidência da
República explica que "o chefe de Estado aproveitará os encontros com os
partidos políticos e a reunião do Conselho de Estado para ouvir as opiniões
mais recentes de cada um dos partidos e dos membros do Conselho de Estado antes
de tomar a sua decisão para pôr termo ao atual impasse político que o país
enfrenta".
Além do PLP Lu-Olo recebeu já
hoje a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e com o
Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e tem ainda previstos
encontros com com o Partido Democrático (PD) e com o Kmanek Haburas Unidade
Nacional Timor Oan (KHUNTO).
Timor-Leste vive há vários meses
um período de incerteza política depois de a oposição ter chumbado o programa
do Governo e uma proposta de Orçamento Retificativo, apresentando depois a
moção de censura ao executivo e uma proposta de destituição do presidente do
Parlamento.
Se o Governo cair, o Presidente
da República tem a competência para decidir que solução se aplicará, com um
novo Governo saído do atual quadro parlamentar, um executivo de iniciativa
presidencial ou eleições antecipadas.
A Fretilin defendeu hoje a opção
de eleições antecipadas, considerando que o povo é "soberano" e deve ser
novamente chamado a decidir sobre o futuro do país.
Já o CNRT ofereceu-se, como
segundo partido mais votado, para liderar um novo Governo apoiado pelas forças
da oposição, maioritárias no atual Parlamento Nacional.
ASP
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