O primeiro-ministro timorense
inaugurou hoje, a 20 quilómetros de Díli, a nova fábrica da cervejeira
Heineken, a primeira unidade fabril internacional de Timor-Leste, construída
num investimento de 38 milhões de dólares (31 milhões de euros).
"Esta é uma fábrica que terá
grandes efeitos colaterais e que pode ajudar a fortalecer a agricultura, a
indústria e o comércio. Os efeitos são grandes", disse Mari Alkatiri.
"Significa que o impacto é
transversal na economia de Timor-Leste. Emprego e serviços diretos mas também
por via indireta, em vários setores", referiu, recordando o sinal
importante do investimento para os empresários nacionais e estrangeiros.
Reconhecendo o trabalho dos
Governos anteriores para conseguir e apoiar este investimento, o primeiro-ministro
relembrou as "grandes potencialidades" do país.
A unidade fabril é o primeiro
grande investimento internacional timorense e o primeiro projeto de grande
dimensão no setor industrial num país onde a maior fatia das receitas continua
a ser do setor petrolífero, como recordou António da Conceição, ministro do
Comércio e Industria.
Um investimento, disse, que ajuda
a "fortalecer a economia, criando novas oportunidades para o país"
onde continua a haver "muitas oportunidades para investidores"
internacionais, em vários setores de atividade.
"É necessário encorajar mais
investidores no setor privado, ajudando assim a criar mais oportunidades para a
juventude do país", afirmou António da Conceição, destacando o empenho do
Governo em criar melhores condições para esses projetos.
A inauguração da unidade, em
Hera, a leste da capital, contou com a presença, entre outros, do presidente da
Heineken na Ásia-Pacífico, Frans Eusman que disse estar "orgulhoso de
poder juntar Timor-Leste à lista de países onde a marca está presente.
"Estamos impressionados com
maturidade política e o desenvolvimento económico do país. Temos a certeza que
no futuro a situação melhorará ainda mais. Acreditamos no potencial a longo
prazo de Timor-Leste e estamos empenhados na construção de uma boa relação no
futuro", afirmou Eusman.
Vinay Mathur, diretor geral da
Heineken Timor-Leste, disse que o projeto da Heineken é um sinal
"encorajador para o investimento do setor privado e para o desenvolvimento
do país", ajudando a fortalecer o setor económico nacional.
"O nosso investimento e a
abertura da unidade fabril mostra aos investidores internacionais que
Timor-Leste está aberto e pronto para receber investimento exterior. E não há
um melhor momento para investir", afirmou Mathur.
"Sentimo-nos inspirados pelo
consumidor timorense que gosta e consome a nossa cerveja. A nossa marca une-nos
a nível local, mas também regional e global", disse ainda.
Vários membros do anterior e do
atual Governo, deputados, empresários e representantes do corpo diplomático
participaram na cerimónia.
Com mais de 250 marcas à venda em
170 países e com mais 165 cervejarias a funcionar em 70 países o grupo diz ser
a "cervejeira mais internacional do mundo".
O grupo chegou à Ásia em 1929 e
inclui nos últimos anos a aposta em Timor-Leste.
"Foi com o mesmo espírito
empreendedor que avaliámos Timor-Leste para o nosso investimento em 2013.
Ficámos impressionados com a maturidade política e económica do país na gestão
de sua riqueza petrolífera através de um fundo de riqueza soberana e
investimentos em construção de infraestruturas que, certamente, a longo prazo
irão melhorar a vida do seu povo", sublinhou Frans Eusman.
Depois da avaliação inicial, a
Heineken assinou em janeiro de 2015 um Acordo de Investimento Especial com o
Governo de Timor-Leste e, cinco meses depois, um contrato de arrendamento do
terreno em Hera onde a unidade foi construída.
A produção comercial de cervejas
começou em janeiro do ano passado.
O projeto, que representa um
investimento de 38 milhões de dólares, permite a produção de várias marcas
internacionais de cerveja, incluindo a Bintang, Tiger e ABC e várias marcas de
bebidas não alcoólicas.
A empresa explica que desde que
se estabeleceu em Timor-Leste em 2015 a Heineken criou mais de 600 empregos
diretos e indiretos, "melhorando assim vidas de mais de 3.000 pessoas
através das cadeias de abastecimento de fornecedores locais, distribuidores e transportadores".
O investimento inclui programas
de capacitação e formação, dentro e fora de Timor-Leste, avaliados em mais de
550 mil dólares.
Lusa | em Diário de Notícias | Foto em TATOLI
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