Na década de 70, logo a seguir ao
Vietname e ao Nepal, segundo Luís Filipe Thomaz, Timor-Leste era o território
com mais cabeças de gado por habitante, chegando a atingir mais de 800 mil
cabeças de gado, bovino, bufalino, suíno, caprino e ovino.
M. Azancot de
Menezes* | Jornal Tornado
Em meados da década de 1990 o
número foi reduzido para 796 mil cabeças. Devido às perturbações que se
seguiram ao referendo de 1999 e à doença que dizimou o gado em 2000, no ano
seguinte, havia apenas 480 mil cabeças (Thomaz, 2002).
Timor-Leste já teve mais de 800
mil cabeças de gado!
Em 2010 havia 161654 cabeças de
bovino e 96484 cabeças de bufalinos, sendo a distribuição mais representativa
nos Municípios de Covalima (49,3%) e Bobonaro (43,3%), e na Região
Administrativa Especial de Oé-cussi com 44,5% (Amaral, 2017).
Para os timorenses, possuir gado,
representa riqueza e prestígio, sendo uma forma de garantia de sustento da
família, como o pagamento dos estudos dos filhos, mas também em momentos de
festa, sobretudo em cerimónias tradicionais, como o desluto ou o “barlake”,
esta última, uma tradição cultural que existe há gerações. Quando um homem quer
casar com uma mulher, a família do noivo tem que preparar o “barlake” que quase
sempre inclui a oferta do búfalo.
O búfalo, respeitado por todos,
um animal imponente que pode pesar até 1200 quilos, continua a ser considerado
um dos principais símbolos da riqueza e prestígio do povo timorense.
*Secretário-Geral do Partido
Socialista de Timor-Leste e PhD em Educação.
*M. Azancot de Menezes também colabora no Timor Agora
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