sábado, 8 de agosto de 2020

Macau anuncia voos para permitir a alunos universitários regressarem à Europa


Macau, China, 07 ago 2020 (Lusa) - As autoridades de Macau anunciaram hoje a realização de cinco voos para a Europa a partir do aeroporto do território, para permitir o regresso dos estudantes inscritos em universidades no estrangeiro no próximo ano letivo, incluindo portugueses.

"O Governo está preocupado com a aproximação do fim das férias de verão e [com o facto] de os alunos que estudam no estrangeiro necessitarem de viajar para prosseguir os estudos", divulgaram as autoridades de Macau em comunicado.

Os cinco voos, com destino ao Reino Unido (Londres) e França, vão ser operados pela companhia aérea de Taiwan Eva Air, com escala na capital, Taipé, precisaram as autoridades na nota.

"À chegada, os alunos podem optar por viajar para Portugal e outros países e preparar-se para o início das aulas", pode ler-se na nota do executivo.

Os voos para Londres realizam-se nos dias 26 de agosto e 9 e 23 de setembro, segundo a mesma fonte. Além destes, estão previstos mais dois voos de Macau para França, via Taipé, nos dias 28 de agosto e 4 de setembro.

Na segunda-feira, o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, disse à Lusa que pelo menos duas dezenas de alunos portugueses no território aguardavam para saber como viajar para Portugal para frequentar estudos superiores, tendo alguns contactado o consulado com pedidos de informação.

O diplomata precisou nessa altura que era "difícil estimar" o total de alunos afetados pelas restrições às viagens impostas no território devido à pandemia de covid-19.

De acordo com Paulo Cunha Alves, ao consulado chegaram "alguns pedidos de informação" de alunos, depois de as autoridades da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] anunciarem ser pouco provável que venha a ser reaberto um corredor marítimo com Hong Kong, de onde saem a maioria dos voos internacionais.

"Estamos em contacto com as autoridades da RAEM para as sensibilizar para o assunto, embora existam outras possibilidades, como seja o cumprimento da quarentena em Hong Kong antes de viajar para a Europa ou tentar efetuar ligações aéreas via Taipé ou Seul [capital da Coreia do Sul], a partir do aeroporto internacional de Macau", referiu ainda Paulo Cunha Alves.

Na quinta-feira, alguns pais de alunos finalistas da Escola Portuguesa de Macau estiveram reunidos com o cônsul, para solicitar ajuda na organização de um voo 'charter' para cerca de 40 alunos, segundo o jornal local Hoje Macau, com o diplomata a indicar que tal não seria viável, segundo a mesma fonte.

Macau foi dos primeiros territórios a identificar casos de infeção com a covid-19, antes do final de janeiro.

O território registou então uma primeira vaga de dez casos.

Seguiu-se outra de 35 casos a partir de março, todos importados, uma situação associada ao regresso de residentes, muitos estudantes no ensino superior em países estrangeiros.

O último paciente diagnosticado com covid-19, o 46.º no território desde que o surto começou, registou-se em 25 de junho e recebeu alta hospitalar em 17 de julho.

Desde o início de um plano que permite a marcação individual de testes de ácido nucleico, foram realizados 300 mil, anunciaram hoje as autoridades do território.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 712 mil mortos e infetou mais de 19 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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