Hong
Kong, China, 08 ago 2020 (Lusa) - As sanções dos Estados Unidos contra onze
líderes de Hong Kong são "selvagens" e "irracionais",
afirmou hoje um alto funcionário de Hong Kong, sublinhando que terão
consequências para as empresas norte-americanas.
"Este
tipo de sanções que visam funcionários e líderes de outros países são
selvagens, desproporcionadas e irracionais", disse o secretário do
Comércio de Hong Kong, Edward Yau.
"Se
os Estados Unidos tomarem unilateralmente este tipo de ação irracional, acabará
por afetar as empresas norte-americanas", acrescentou.
Washington
anunciou no sábado sanções contra 11 dirigentes de Hong Kong, incluindo a chefe
do executivo, Carrie Lam, acusados de restringir a autonomia do território e a
"liberdade de expressão e reunião" dos seus habitantes.
"Os
Estados Unidos apoiam o povo de Hong Kong e utilizaremos todas as ferramentas e
a nossa autoridade para atingir os que atentem contra a sua autonomia",
declarou em comunicado o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin.
O
responsável pela polícia de Hong Kong, o secretário da Segurança e o da Justiça
encontram-se entre os responsáveis visados.
O
anúncio das sanções, que preveem a confiscação, nos Estados Unidos, dos bens
das pessoas abrangidas pela medida, surge num contexto de agravamento das
tensões entre os Estados Unidos e a China, que optou por reforçar o seu
controlo sobre a ex-colónia britânica, que deveria garantir uma larga autonomia
até 2047 no âmbito do princípio "Um país, dois sistemas".
A
lei sobre a segurança nacional, imposta no final de junho por Pequim a Hong
Kong, "não apenas minou a autonomia de Hong Kong, mas igualmente violou os
direitos dos habitantes de Hong Kong, permitindo aos serviços de segurança da
China continental operar com toda a impunidade na região", segundo o
Tesouro norte-americano.
Hong
Kong regressou à China em 1997 sob um acordo que garantia ao território 50 anos
de autonomia e liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do
princípio "Um país, dois sistemas".
Tal
como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado um período de
50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e
judicial, com o governo central chinês a ser responsável pelas relações
externas e defesa.
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