Díli,
10 abr (Lusa) - A ampliação do complexo presidencial de Timor-Leste, cujo custo
rondará os 15 milhões de dólares, será implementada de forma "integrada
mas faseada", em vários anos, respeitando as limitações orçamentais, disse
hoje o responsável da Casa Civil da Presidência.
Fidélis
Magalhães falava na apresentação do projeto de ampliação do complexo desenhado
por uma empresa de arquitetura portuguesa, a Gonçalo Lencastre Arquitectos, que
venceu um concurso internacional.
"Fizemos
um planeamento integrado, mas a execução será faseada, com um plano plurianual
de 10 ou 20 anos, dependendo da capacidade orçamental", precisou.
Gonçalo
Lencastre explicou que a ampliação, num espaço total de oito hectares, visa
"dotar a Presidência da República de Timor-Leste de um espaço físico com a
dignidade e funcionalidade" necessárias.
Da
ampliação fazem parte, entre outros, a nova Residência Presidencial e o Museu
da Presidência, bem como a Caserna Militar, a Casa Militar e outros edifícios.
O
objetivo, disse, é criar um complexo com "dignidade, estabilidade e
sobriedade" que seja "representativo e reconhecível como exemplo da
cultura de Timor-Leste, com enfoque na eficiência energética e em espaços com
custos de manutenção relativamente baixos.
Francisco
Varela, da equipa de arquitetos, destacou a importância da aposta "em
espaços verdes, valorizando a importância dos espaços públicos".
Entre
os novos espaços destacou o memorial, o museu da Presidência - que terá um
acesso independente -, um heliporto, com um caminho de ronda para a vigilância
de todo o percurso.
Outra
das arquitetas envolvidas no projeto, Cristina Picoto, explicou que todos os
edifícios estão 1 metro levantados do chão para evitar inundações, com
edifícios só de um piso, sem pretenderem ser "à escala monumental".
Finalmente
Carlos Cruz detalhou a "homenagem á paisagem de Timor-Leste e à sua
biodiversidade" com vegetação autóctone, o uso de madeira - "pela sua
ligação ao tradicional" e a preferência por materiais locais.
Esta
ampliação ficará no mesmo complexo onde está o atual Palácio Presidencial
Nicolau Lobato, uma oferta do Governo chinês que começou a ser construído em
2005 e foi inaugurado a 27 de agosto de 2009, dias antes do 10.º aniversário do
referendo de autodeterminação.
Este
edifício substituiu o mítico "Palácio das Cinzas", o edifício que
durante a ocupação indonésia tinha acolhido os serviços de polícia e de registo
de automóveis (o SAM/SAT), que ficou praticamente destruído na onda de
violência de 1999 e que foi inaugurado a 28 de outubro de 2002.
Na
altura da inauguração, o então Presidente da República, Xanana Gusmão, disse
que a escolha do nome de Palácio das Cinzas era "uma homenagem ao próprio
processo" de luta pela independência de Timor-Leste.
"É
um apelo à contenção de despesas públicas em rubricas pouco relevantes ou menos
urgentes. Se não há uma boa gestão do país, as receitas do petróleo serão uma
desgraça", disse na altura.
ASP
// JPS
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