O
curso intensivo de língua portuguesa organizado pela Universidade de São José
foi uma “experiência muito rica”, segundo Maria Antónia Espadinha, vice-reitora
da instituição. O JORNAL TRIBUNA DE MACAU falou com alguns alunos que se
mostraram muito satisfeitos com a experiência, considerando que o português
será fundamental para o futuro
Pedro
André Santos
A
Universidade de São José realizou, pela primeira, um curso intensivo de língua
portuguesa que teve a duração de duas semanas. Contando com a participação de
cerca de 30 alunos, a iniciativa organizada pela instituição teve resultados
muito positivos, sobretudo para os jovens, que olham para a aprendizagem da
língua de Camões como uma mais-valia para o futuro.
“Queria
aprender português porque é uma das línguas oficiais de Macau, e no futuro
quero um bom emprego e por isso acho que é necessário. Aprendemos coisas
simples, como ‘olá’, ‘bom dia’ e ‘adeus’, mas achei fácil. Quero continuar a
aprender”, disse Chan Chi Fong, de 17 anos, ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.
Uma
opinião, de resto, partilhada por outros colegas ouvidos por este jornal. Uns
com mais dificuldade, outros com menos, mas o balanço final acaba por ser
bastante satisfatório. “A primeira lição achei que foi muito fácil, mas depois
começámos a aprender palavras mais complicadas e já achei mais difícil,
sobretudo a falar. No meu futuro acho que o português será muito útil, para
arranjar um emprego ou para fazer amigos. Quero continuar a aperfeiçoar o que
aprendi. No hospital há muitos portugueses, por isso acho que a língua será
muito útil e importante”, referiu Lo Io Chan, igualmente de 17 anos.
Já
Leong Kai Iok conta que “foi uma experiência muito interessante”, na qual
“diverti-me e aprendi muito”. Tal como os colegas, olha para este curso como
uma oportunidade que pode abrir mais portas no futuro. “Não sabia português até
ter começado. A minha ideia foi aprender para depois encontrar um bom emprego”,
apontou.
Durante
a tarde da última sexta-feira grande parte dos alunos juntou-se na USJ,
aproveitando para celebrar a cultura portuguesa com algumas danças
tradicionais, para além da entrega de prémios por actividades realizadas
durante o curso. “Foi uma experiência muito rica, pena que tenha sido curta,
mas também é bom que tenha sido porque foi a primeira. Eles gostaram e ficaram
entusiasmados, o grupo segue amanhã [sábado] para mais duas semanas em Lisboa
na Universidade Católica, acho que vai ser uma experiência inesquecível porque
são ainda garotos e vão com certeza aproveitar muito bem. Aqui na universidade
correu muito bem, com aquelas pequenas falhas de ser uma primeira vez, mas estou
muito orgulhosa do trabalho que as minhas colegas fizeram”, disse Maria Antónia
Espadinha ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.
Sobre
o curso, e para além de aprender a língua portuguesa, os alunos tiveram também
outras iniciativas relacionadas com a cultura portuguesa. “Tinham todos os dias
uma actividade, fizeram azulejos, que estão bem bonitos. Aprenderem a fazer
pastéis de nata, viram filmes, entre outros”, referiu.
Depois
do resultado positivo alcançado nesta primeira edição, Maria Antónia Espadinha
mostrou ainda vontade de fazer novo curso semelhante no próximo ano, albergando
mais estudantes. “Este ano poderíamos aceitar mais meia dúzia de alunos, mas
era a primeira vez e o nosso corpo docente em português é reduzido. De facto
foi um investimento muito grande, físico, mental e emocional, porque as pessoas
aqui já estão habituados a trabalhar com gente mais crescida, e alguns deles
aqui são um bocado endiabrados”, considerou.
A
vice-reitora da USJ adiantou ainda que o grupo de alunos que seguiu sábado para
Portugal irá fazer um “curso de continuidade”, aproveitando para fazer algumas
visitas, sendo Peniche, Óbidos, Alcobaça e Batalha alguns dos destinos
escolhidos.
Tribuna
de Macau
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