segunda-feira, 27 de julho de 2015

Macau: APRENDER PORTUGUÊS DE “OLHO” NO FUTURO


O curso intensivo de língua portuguesa organizado pela Universidade de São José foi uma “experiência muito rica”, segundo Maria Antónia Espadinha, vice-reitora da instituição. O JORNAL TRIBUNA DE MACAU falou com alguns alunos que se mostraram muito satisfeitos com a experiência, considerando que o português será fundamental para o futuro

Pedro André Santos

A Universidade de São José realizou, pela primeira, um curso intensivo de língua portuguesa que teve a duração de duas semanas. Contando com a participação de cerca de 30 alunos, a iniciativa organizada pela instituição teve resultados muito positivos, sobretudo para os jovens, que olham para a aprendizagem da língua de Camões como uma mais-valia para o futuro.

“Queria aprender português porque é uma das línguas oficiais de Macau, e no futuro quero um bom emprego e por isso acho que é necessário. Aprendemos coisas simples, como ‘olá’, ‘bom dia’ e ‘adeus’, mas achei fácil. Quero continuar a aprender”, disse Chan Chi Fong, de 17 anos, ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Uma opinião, de resto, partilhada por outros colegas ouvidos por este jornal. Uns com mais dificuldade, outros com menos, mas o balanço final acaba por ser bastante satisfatório. “A primeira lição achei que foi muito fácil, mas depois começámos a aprender palavras mais complicadas e já achei mais difícil, sobretudo a falar. No meu futuro acho que o português será muito útil, para arranjar um emprego ou para fazer amigos. Quero continuar a aperfeiçoar o que aprendi. No hospital há muitos portugueses, por isso acho que a língua será muito útil e importante”, referiu Lo Io Chan, igualmente de 17 anos.

Já Leong Kai Iok conta que “foi uma experiência muito interessante”, na qual “diverti-me e aprendi muito”. Tal como os colegas, olha para este curso como uma oportunidade que pode abrir mais portas no futuro. “Não sabia português até ter começado. A minha ideia foi aprender para depois encontrar um bom emprego”, apontou.

Durante a tarde da última sexta-feira grande parte dos alunos juntou-se na USJ, aproveitando para celebrar a cultura portuguesa com algumas danças tradicionais, para além da entrega de prémios por actividades realizadas durante o curso. “Foi uma experiência muito rica, pena que tenha sido curta, mas também é bom que tenha sido porque foi a primeira. Eles gostaram e ficaram entusiasmados, o grupo segue amanhã [sábado] para mais duas semanas em Lisboa na Universidade Católica, acho que vai ser uma experiência inesquecível porque são ainda garotos e vão com certeza aproveitar muito bem. Aqui na universidade correu muito bem, com aquelas pequenas falhas de ser uma primeira vez, mas estou muito orgulhosa do trabalho que as minhas colegas fizeram”, disse Maria Antónia Espadinha ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Sobre o curso, e para além de aprender a língua portuguesa, os alunos tiveram também outras iniciativas relacionadas com a cultura portuguesa. “Tinham todos os dias uma actividade, fizeram azulejos, que estão bem bonitos. Aprenderem a fazer pastéis de nata, viram filmes, entre outros”, referiu.

Depois do resultado positivo alcançado nesta primeira edição, Maria Antónia Espadinha mostrou ainda vontade de fazer novo curso semelhante no próximo ano, albergando mais estudantes. “Este ano poderíamos aceitar mais meia dúzia de alunos, mas era a primeira vez e o nosso corpo docente em português é reduzido. De facto foi um investimento muito grande, físico, mental e emocional, porque as pessoas aqui já estão habituados a trabalhar com gente mais crescida, e alguns deles aqui são um bocado endiabrados”, considerou.

A vice-reitora da USJ adiantou ainda que o grupo de alunos que seguiu sábado para Portugal irá fazer um “curso de continuidade”, aproveitando para fazer algumas visitas, sendo Peniche, Óbidos, Alcobaça e Batalha alguns dos destinos escolhidos.

Tribuna de Macau

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