sábado, 25 de junho de 2016

BREXIT: A CRISE NA UNIÃO EUROPEIA E O IMPACTO GLOBAL


Secretário-geral da ONU espera que UE se mantenha como "parceiro sólido"

24 de Junho de 2016, 22:43

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestou hoje a esperança de que a União Europeia se mantenha como um "parceiro sólido" da ONU, independentemente da decisão do Reino Unido de abandonar o bloco europeu.

“O secretário-geral espera que a União Europeia continue a ser um parceiro sólido das Nações Unidas nas questões humanitárias e do desenvolvimento, assim como da paz e segurança, incluindo a migração”, afirmou Ban Ki-moon num comunicado, citado pela agência France Press.

O diplomata sul-coreano expressou ainda a esperança de que o Reino Unido continue a assumir a sua liderança em muitas áreas, incluindo a do desenvolvimento.

Em relação ao período de transição que agora se inicia até à saída formal do Reino Unido da União Europeia, o secretário-geral das Nações Unidas afirmou confiar na “história comprovada do pragmatismo da Europa e no seu sentido comum de responsabilidade no interesse dos cidadãos europeus”.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia (UE), depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9 por cento dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a sua demissão com efeitos em outubro.

As principais bolsas europeias abriram hoje em forte queda, com a bolsa de Londres a descer perto dos 08%, mantendo-se ao fim da manhã com perdas entre os 05% e os 11%.

Numa primeira reacção, os presidentes das instituições europeias (Comissão, Conselho, Parlamento Europeu e da presidência rotativa da UE) defenderam um ‘divórcio’ o mais rapidamente possível, “por muito doloroso que seja o processo”.

SAPO TL com Lusa

Austrália garante que relações com Reino Unido manter-se-ão "fortes e íntimas"

24 de Junho de 2016, 18:09

Sydney, 24 jun (Lusa) -- As relações entre Austrália e Reino Unido irão manter-se "muito fortes e íntimas", afirmou hoje o chefe do Governo australiano Malcolm Turnbull, acrescentando acreditar no sucesso das negociações com a União Europeia para um acordo de comércio livre.

Os mercados australianos mergulharam também no mar vermelho das bolsas mundiais provocado pela vitória obtida no referendo britânico pelos defensores da saída do Reino Unido da União Europeia, com o índice de referência da bolsa australiana, o S&P/ASX 200, a fechar com perdas de 3,17%.

"Não tenho dúvidas de que as nossas relações muito fortes e íntimas com o Reino Unido continuarão completamente imperturbadas", afirmou o primeiro-ministro australiano aos jornalistas em Devonport, na Tasmânia, a ilha australiana no sul do país.

"E as nossas relações muito fortes com a Europa, com a Europa continental, que levaram às negociações para um acordo de livre comércio, também vão continuar", acrescentou Turnbull, até porque, continuou, a Austrália reforçou nos últimos anos as suas "relações com as principais economias europeias continentais, em particular, com a Alemanha e com a França".

O chefe do Governo australiano disse ainda que a decisão dos britânicos saírem da UE deverá provocar um período de incerteza e de alguma instabilidade nos mercados internacionais, mas sublinhou que "os australianos não têm razões para alarme".

"Temos que reconhecer que a recuperação mundial é, em algumas partes do mundo, muito frágil. Portanto, esta incerteza contribui para esse ambiente", afirmou.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia, depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9 por cento dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a intenção de se demitir em outubro, na sequência deste resultado.

As principais bolsas europeias abriram hoje em forte queda, com a bolsa de Londres a descer perto dos 8%.

APL// APN

Obama garante parcerias especiais com Reino Unido e União Europeia

25 de Junho de 2016, 01:18

O Presidente dos EUA, Barack Obama, garantiu na sexta-feira, numa mensagem divulgada em Bruxelas, que o país manterá as parcerias com o Reino Unido e com a União Europeia, sublinhando respeitar a opção do eleitorado pelo 'Brexit'.

"O povo do Reino Unido falou e respeitamos a sua decisão. A relação especial entre os Estados Unidos e o Reino Unido é duradoura e o como membro da NATO, o Reino Unido continua a ser fundamental na política externa, de segurança e económica dos EUA ", disse Obama.

O líder norte-americano realçou ainda que também a relação com a União Europeia é vital, tendo contribuído "para promover a estabilidade, estimular o crescimento económico e acolher a promoção dos valores democráticos no continente e para além dele".

Obama tinha apelado ao voto pela permanência na UE durante uma visita de Estado ao Reino Unido, em abril.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia (UE), depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9 por cento dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.

SAPO TL com Lusa

China pede acordo "rápido" entre UE e Londres

24 de Junho de 2016, 17:40

Pequim, 24 jun (Lusa) - A China apelou hoje à União Europeia (UE) para que alcance um acordo "rapidamente" com o Reino Unido, após a vitória da "saída" no referendo, e reiterou o seu respeito pela decisão do povo britânico.

"Esperamos que as duas partes iniciem conversações e cheguem rapidamente a um acordo", sobre a forma como se conduzirá a saída britânica, disse hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.

Hua disse, na conferência de imprensa de rotina que mantém com os jornalistas estrangeiros, que a China "respeita" o resultado do referendo e a decisão do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que já anunciou a intensão de se demitir.

A porta-voz esclareceu, no entanto, que o país asiático manterá os acordos de cooperação financeira com o Reino Unido.

Um dos mais importantes diz respeito à escolha da "City" para lançar emissões de títulos denominados na moeda chinesa, o yuan.

Hua indicou ainda que a UE e os seus membros vão necessitar de "algum tempo" para estabelecer os termos da saída.

A porta-voz acrescentou que Pequim manterá a sua cooperação com o Reino Unido e a UE, insistindo que "uma Europa forte e estável favorece os interesses da China".

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair a União Europeia, depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a intenção de se demitir em outubro, na sequência deste resultado.

As principais bolsas europeias abriram hoje em forte queda, com a bolsa de Londres a descer perto dos 8%.

JOYP // VM

Macau cria "plataforma de resposta" apesar de prever impacto limitado

24 de Junho de 2016, 21:04

Macau, China, 24 jun (Lusa) -- O Governo de Macau afirmou hoje que a saída do Reino Unido da União Europeia terá um impacto "relativamente limitado" no território, mas criou "uma plataforma de resposta" às consequências que podem advir no plano económico e financeiro.

Apesar das "implicações" do resultado do referendo nas tendências económicas internacionais e nos mercados financeiros "serem muito profundas", prevê-se que o impacto em Macau "deva ser relativamente limitado", refere um comunicado do gabinete do secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong.

Por um lado, a percentagem dos ativos denominados em libras esterlinas, detidas pela reserva cambial de Macau, é muito reduzida e, por outro, o volume de comércio com o Reino Unido também é pequeno e Macau não dispõe de mercado de capitais de ações.

Em paralelo, o executivo macaense reitera que dispõe de "capacidade suficiente para fazer face às flutuações eventuais do mercado financeiro".

Hoje, o secretário da tutela desloca-se à Autoridade Monetária de Macau (AMCM) para um reunião de trabalho, organismo que "já definiu uma plataforma de resposta às consequências" que possam advir do resultado do referendo e desencadeou os respetivos "mecanismos de supervisão e de resposta ao incidente".

No comunicado, a tutela explica ainda que os fundos da reserva cambial são denominados principalmente em ativos em dólares norte-americanos e em dólares de Hong Kong, com os em libras a representarem apenas 0,35%.

Em paralelo, a reserva financeira de Macau não dispõe de ativos em libras esterlinas.

Já no sistema bancário local, no capítulo dos ativos estrangeiros, a proporção de crédito sobre a Grã-Bretanha cifra-se em apenas 2,1%, correspondendo a cerca de 17,8 mil milhões de patacas (2 mil milhões de euros).

"Apesar de se constatar um aumento dos investimentos realizados pelos residentes de Macau, nos títulos emitidos pelas entidades britânicas, que ascenderam, no ano passado, a 11,7 mil milhões de patacas (1,3 mil milhões de euros), o peso de tais investimentos representou menos de 3% em títulos emitidos no exterior", detalha.

Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair da União Europeia, depois de o 'Brexit' ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira.

DM // ARA

Coreia do Sul fala em "grande golpe" na defesa da integração económica global

25 de Junho de 2016, 14:48

Pequim, 25 jun (Lusa) - O ministro das Finanças da Coreia do Sul, Yoo Il-ho, afirmou hoje que a saída do Reino Unido da União Europeia ('brexit') é um "grande golpe" para quem acredita nas vantagens da integração da economia global.

"Apesar de respeitarmos a voz dos eleitores do Reino Unido, é um grande golpe para todos os acreditamos que uma economia mundial mais integrada é benéfica", disse Yoo, num discurso durante a abertura da primeira reunião anual do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), que hoje decorre em Pequim.

O ministro da Coreia da Sul, a terceira economia da Ásia, sublinhou que a vitória do 'brexit' no referendo britânico de quinta-feira deixou o mundo "atónito" e provocou uma reação "brusca" nos mercados internacionais, gerando mais "incerteza e volatilidade" na economia mundial.

"Acredito, no entanto, que deveríamos usar esta oportunidade para mostrar que podemos cooperar para superar desafios e conseguir uma prosperidade partilhada", afirmou.

Neste contexto, considerou que o BAII deve ser olhado como um exemplo, já que nasceu com a "aspiração partilhada de apoiar o desenvolvimento económico da Ásia", e fez votos de que "possa ajudar nesta nova situação".

O Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas BAII é a primeira instituição financeira internacional proposta pela China e conta com 57 países fundadores, entre os quais Portugal.

No início do mês, o presidente do banco, Jin Liquin, anunciou que o BAII vai alargar o número de países membros de 57 para cerca de 100.

Caso se concretize, o BAII ultrapassará o Banco Asiático de Desenvolvimento, criado pelo Japão em 1966, e que conta com 67 membros, 19 dos quais exteriores à região da Ásia-Pacífico.

Com uma participação de cerca de 13 milhões de dólares, Portugal é um dos 57 países fundadores do BAII, que no conjunto integra 14 países da União Europeia.

O Brasil é o nono maior acionista, com uma quota de 3.181 milhões de dólares e o único membro em todo continente americano.

Proposto pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013, é visto como uma reação do Governo chinês ao que considera o domínio norte-americano e europeu em instituições globais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Entre as grandes economias do planeta, apenas Estados Unidos da América e Japão não fazem parte do BAII.

Com sede em Pequim, o BAII tem um capital inicial de 100.000 milhões de dólares (30,34% pertence à China) e é assumido como o principal instrumento de financiamento da iniciativa chinesa "Uma Faixa e Uma Rota", um gigante plano de infraestruturas, que pretende reativar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático.

MP (JOYP) // MP

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