Timor-Leste
comemorou 17 anos de uma das últimas fases que o conduziu à independência, 30
de Agosto de 1999, o referendo. Muitos jovens desconhecem essa fase e fases anteriores da luta timorense pela independência
– proclamada unilateralmente em 1975 em rejeição à colonização do território
por Portugal durante mais de 400 anos.
Meses
depois da proclamação da independência a vizinha Indonésia invadiu o território
e ocupou-o, anexando-o como sendo uma província indonésia. Durante 24 anos
assim foi, sempre com a contestação dos timorenses. Sempre com a resistência do
braço armado timorense, as Falintil – que na independência após o referendo de
1999 asumiu-se como F-FDTL, Falintil – Forças de Defesa de Timor-Leste, as suas
Forças Armadas.
O
ocupante indonésio, comandado pelo ditador Suharto, cometeu um terrível
genocídio em Timor-Leste nos 24 anos de ocupação. Mais de 200 mil timorenses
foram barbaramente assassinados pelo exército e pelas polícias de Suharto. Esse
genocídio está por julgar.
Fases
bastante difíceis têm vindo a ser superadas pelo povo timorense. A Nação
Timorense ainda hoje está a dar lições ao mundo. Apesar das carências e de
crises políticas pós-independência tem conseguido preservar a paz, sendo que a
crise mais grave registou-se em 2006, num golpe de Estado perpetrado por Xanana
Gusmão.
Apesar
de tudo houve eleições e alguns dos itens da democracia têm vindo a ser
implantados, preservados e desenvolvidos.
A
destruição de Timor-Leste foi quase total após o resultado favorável à
independência no referendo agora comemorado. As infraestruturas existentes,
casas, edifícios e outras igualmente essenciais, foram completamente destruídas
pelo exército, pelas polícias indonésias e pelas milícias a soldo do ocupante
indonésio. Timor-Leste era o cenário de destruição massiva com que os primeiros
elementos da ONU, de militares e de polícia da ONU e repórteres de várias
nacionalidades se depararam. Essas destruições e assassinatos prosseguiram
mesmo durante a presença da ONU e das forças militares internacionais, entre as
quais de Portugal. Predominantemente da Austrália.
Forças
militares australianas, policiais e secretas, durante os anos que permaneceram
em Timor-Leste, muito fizeram para tomar a posição de ocupante do país sob a
máscara da proteção e da garantia da paz e da democracia. A ONU aquiesceu
complemente às políticas, ações e pretensões da Austrália. Valeu a Timor-Leste
a rejeição dos timorenses a um cenário desses, assim como as denúncias desses
propósitos por parte da comunidade internacional. Os registos podem ainda ser
consultados na internete.
Prova
do espírito neocolonialista da Austrália está ainda hoje patente na ocupação do
Mar de Timor e o roubo insistente do petróleo e gás que extrai indevidamente em
seu próprio benefício. Até que internacionalmente tribunais competentes declarem
o que devem: que as fronteiras marítimas sejam repostas e respeitadas no Mar de
Timor de acordo com as disposições das leis internacionais que as regulam. Enquanto
isso não aconteça o roubo dos bens timorenses continuarão a ser a prática dos
neocoloniais “amigos” australianos representados pelos seus governos.
Este
é um breve e simples resumo do ocorrido em Timor-Leste até à sua completa
tomada da soberania.
Recorrendo
à Wikipédia, a temática do referendo de 1999 fica exposta também de forma
resumida, mas de algum modo esclarecedor sobre a luta incessante e heróica da
Nação Timorense pela sua independência. Atualmente há timorenses que padecem de
imensas carências, contudo o desenvolvimento e o aumento de postos de trabalho
é notório – pese embora a exploração a que os trabalhadores estão a ser submetidos. Mais postos
de trabalho, insuficientes, é certo, mas notórios. Noutros setores também há
que registar progressos que a maioria das nações, em quinze anos, nunca
conseguiram atingir, sendo Timor-Leste um exemplo a seguir. É também aí que
Timor-Leste ainda dá lições ao mundo.
Um
dos maiores problemas do país assenta no setor da Justiça, que se revela
deficiente e, por vezes, a servir clãs e interesses avessos à lei, à ordem e à
própria justiça. Já se sabe que sem um setor de justiça independente, forte e
impoluto não há democracia nem justiça social que progrida como deve.
O
problema da corrupção e o que lhe é inerente é considerado enorme por observadores
fiáveis e é voz corrente entre a população. O próprio Presidente da República,
Taur Matan Ruak, também já o referiu em discurso polémico.
Na
atualidade parece que um “tampão” traz a corrupção alegadamente existente
silenciada. Há uma garantia: os timorenses são tolerantes, mas mais cedo que
tarde enfrentam as situações que lhes desagradam e os prejudicam. Os corruptos
que se cuidem. É notório que a coragem de um povo impar resultou na
independência da Nação Timorense. Essa é a garantia do sucesso de Timor-Leste.
A esperança é a última a morrer.
MM
/ AV com Wikipédia
Foto:
Filas infindas de timorenses acorreram corajosamente às secções de voto para
reclamarem a independência da nação timorense.
Crise
de Timor-Leste de 1999
A crise
no Timor-Leste de 1999 começou quando as forças de oposição à
independência deste país atacaram civis e criaram uma situação de
violência generalizada em toda a região, principalmente na capital, Díli. A violência
começou depois que a maioria dos timorenses votaram pela independência da Indonésia em um referendo
realizado em 1999.[1] Para
impedir esses incidentes, que mataram cerca de 1400 pessoas, fez-se necessário
a implantação de uma força das Nações Unidas, (INTERFET,
formada principalmente por membros do exército australiano) para pacificar a
situação e manter a paz.
Antecedentes:
referendo
Em 1999, o governo
indonésio decidiu, sob forte pressão internacional, realizar um referendo sobre
o futuro de Timor-Leste. Portugal, que desde a invasão do território lutava pela sua
independência, obteve alguns aliados políticos, em primeiro lugar na UE, e depois de vários
países do mundo, para pressionar a Indonésia. O referendo, realizado a 30 de
agosto de 1999, deu uma clara maioria (78,5%) a favor da independência,
rejeitando a proposta alternativa de Timor-Leste ser uma província autônoma no
seio da Indonésia[1],
conhecida como a Região Autônoma Especial de Timor-Leste (RAETL).
Violência
Imediatamente
após a publicitação dos resultados da votação, forças paramilitares
pró-indonésias de Timor-Leste, apoiadas, financiadas e armadas pelos militares
e soldados indonésios realizaram uma campanha de violência e terrorismo de
retaliação pelo resultado.[1] Cerca
de 1400 timorenses foram mortos e 300 000 timorenses foram forçados a
deslocar-se para Timor Ocidental, a parte indonésia da ilha de
Timor, como refugiados. A maioria da infraestrutura do país, incluindo casas,
escolas, igrejas, bancos, sistemas de irrigação, sistemas de abastecimento de
água e quase 100% da rede elétrica do país foram destruídos. Segundo Noam
Chomsky: "Em um mês, a grande operação militar assassinou cerca de
2.000 pessoas, estuprou centenas de mulheres e meninas, deslocou três quartos
da população e destruiu 75 por cento das infraestruturas do país."
InterFET
Em
todo o mundo, especialmente em Portugal, Austrália e Estados
Unidos, ativistas pressionaram os seus governos para tomarem medidas, e
o presidente dos Estados Unidos,Bill
Clinton, ameaçou a Indonésia com sanções econômicas, como a retirada dos
empréstimos do FMI.[3] O
governo da Indonésia aceitou retirar as suas tropas e permitir que uma força
multinacional no território para estabilização.[4] Ficou
claro que a ONU não
tinha recursos suficientes para combater as forças paramilitares diretamente.
Em vez disso, a ONU autorizou a criação de uma força militar multinacional
conhecida como InterFET (Força Internacional para
Timor-Leste), com a Resolução 1264. Em 20
de setembro de 1999 as tropas de paz da Força Internacional para
Timor-Leste (InterFET), liderada pela Austrália,
foram implantadas no país, o que pacificou a situação rapidamente. As tropas da
InterFET eram provenientes de 20 países, sendo cerca de 9.900 no total, no
início; destes, 5.500 vieram da Austrália, da Nova Zelândia vieram 1.100 e
ainda houve contingentes da Alemanha, Bangladesh, Brasil, Canadá, Coreia do
Sul, Estados Unidos da América, Filipinas, França, Irlanda, Itália, Malásia, Noruega,
Paquistão, Portugal, Quênia, Reino Unido, Singapura e Tailândia. A força foi
conduzida pelo major-general Peter Cosgrove. As tropas
desembarcam em Timor-Leste em 20 de setembro de 1999.
Ver
em Wikipédia
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