Díli,
23 jul (Lusa) - A Fretilin lidera a contagem em Timor-Leste com 30,61%, à
frente do CNRT com 27,74% quando estão contados mais de 81% dos votos nas
legislativas de sábado, segundo dados parciais provisórios do Secretariado
Técnico de Assistência Eleitoral.
Ainda
assim, e quando faltam contar cerca de dois terços dos votos em Díli - o maior
município em termos de eleitores - o CNRT lidera na capital destacado, pelo que
o resultado final pode ainda dar uma reviravolta.
Tudo
parece indicar que o próximo Parlamento Nacional será mais plural do que o
atual (que tem quatro partidos) com pelo cinco forças políticas representadas:
Fretilin, CNRT, PD, PLP e Khunto.
Quase
24 horas depois do fecho das urnas e quando apenas estão encerradas as
contagens em sete dos 13 municípios e nos centros de votação na diáspora, a
Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) está à frente do
Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) com 128.135 votos contra
116.100.
Os
dados provisórios mostram uma segunda 'corrida' para o terceiro lugar, com o
Partido Democrático (PD) a ter 41.881 votos (10,01%) contra os 41.085 (9,82%)
do Partido Libertação Popular (PLP).
Apenas
outra força política, o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor-Leste (Khunto),
ultrapassou para já a barreira de elegibilidade de 4% dos votos válidos, com
28.780 votos ou 6,88% do total.
Entre
os restantes 16 concorrentes o mais próximo da barreira é o Partido Unidade
Desenvolvimento Democrático (PUDD) que soma para já 13.190 votos ou 3,15% do total.
Os
dados baseiam-se num escrutínio de 694 dos 843 centros de votação instalados
pelo STAE para o voto de sábado.
Um
dos municípios onde a contagem está mais demorada é Díli onde apenas estão
contados 33,73% dos votos, com os dados provisórios a mostrarem que houve uma
elevada abstenção, eventualmente entre as mais elevadas do país.
Um
terço dos votos representa apenas cerca de 24.000 eleitores vontantes quando um
terço dos inscritos seria 54.000. Se a tendência se mantiver, a taxa de
abstenção poderá ser de mais de 56%.
Díli
pode, no entanto, permitir uma reviravolta no resultado, já que o CNRT lidera
destacado a contagem dos votos com 43,87%, muito à frente da Fretilin que tem
atualmente 25,7% dos votos.
A
manter-se a tendência, o CNRT pode conseguir em Díli uma margem de diferença
face à Fretilin que pode compensar a atual vantagem da Fretilin, dando a
vitória ao partido de Xanana Gusmão.
O
contrário ocorre na segunda cidade do país onde a Fretilin lidera destacada a
contagem e o CNRT surge em terceiro, atrás do PLP.
Os
dados indicam que entre os votos expressos já contados há 418.594 válidos,
3.162 brancos, 8.584 nulos, 147 reclamados e 21 rejeitados. Votos reclamados
são votos sobre os quais há disputas ou reclamações sobre a quem correspondem -
caberá à Comissão Nacional de Eleições (CNE) definir posteriormente - e os
rejeitados a boletins que estavam na urna sem o carimbo e assinatura que
comprova que foram genuinamente entregues a um eleitor.
Os
760.907 eleitores timorenses recenseados (número final do Secretariado Técnico
de Assistência Eleitoral) votaram no sábado em Timor-Leste e ainda em centros
na Austrália, Coreia do Sul, Portugal e Reino Unido para eleger os 65 membros
do Parlamento Nacional timorense.
ASP
// FV.
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