Manila,
05 ago (Lusa) - As divergências no Mar do Sul da China e os testes de mísseis
balísticos norte-coreanos vão dominar hoje, em Manila, a reunião de ministros
dos Negócios Estrangeiros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
A
reunião, que está a decorrer no centro de convenções em Manila, começou a meio
da manhã, sem o habitual dispositivo de segurança destes encontros.
O
chefe da polícia da área metropolitana de Manila, Oscar Albayalde, afirmou que
o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, manifestou desdém pelo
estabelecimento de cordões de segurança, muito inconvenientes para a população.
Ainda assim, a polícia destacou alguns milhares de agentes na capital e definiu
zonas de exclusão aérea e marítima num perímetro em redor do local do evento.
A
circulação rodoviária foi apenas interrompida à chegada dos ministros dos
Negócios Estrangeiros dos 10 Estados-membros da ASEAN (Birmânia, Brunei,
Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname).
No
domingo, o chefe da diplomacia chinesa deverá assinar o acordo-quadro do código
de conduto no Mar do Sul da China com os homólogos da ASEAN, para que as
negociações avancem sobre as disputas naquele mar entre Pequim e vários
Estados-membros.
Filipinas,
Brunei, Malásia e Vietname disputam com Taiwan e China a soberania de várias
ilhas no Mar do Sul da China, um espaço marítimo estratégico e rico em
recursos naturais, que Pequim reclama na quase totalidade.
Os
diferendos com a China, que incluem as ilhas Spratly, entre outros enclaves
marítimos, puseram à prova, nos últimos anos, a coesão interna da ASEAN, depois
de o Camboja e o Laos terem defendido os interesses de Pequim.
Nos
últimos anos, o Governo chinês construiu instalações, que podem ter uma
utilização militar, em ilhas artificiais, o que preocupa os países vizinhos e
também os Estados Unidos, que mantêm interesses na região.
Os
dez chefes da diplomacia do Sudeste Asiático vão ainda manifestar a preocupação
em relação aos contínuos testes de mísseis balísticos pelo regime norte-coreano
de Kim Jong-un, antecipando a reunião do Fórum Regional da ASEAN, na
segunda-feira, de acordo com o esboço da declaração conjunta a ser divulgada no
final da reunião.
No
Fórum regional da ASEAN participam 25 países, incluindo os Estados Unidos, a
Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão China e Rússia.
Os
dois responsáveis pela diplomacia dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, Rex
Tillerson e Ri Yong-ho, respetivamente, tem previsto um encontro à margem do
fórum.
A
28 de julho, a Coreia do Norte lançou com êxito o segundo míssil balístico
intercontinental da sua história, que caiu no Mar do Japão. Na sequência deste
teste, Pyongyang garantiu que pode alcançar qualquer parte dos Estados Unidos
com esta arma.
Os
contínuos testes de armamento de Pyongyang elevaram a tensão na península
coreana, com Seul, Tóquio e Washington a considerarem as ameaças do regime
norte-coreano sérias e crescentes.
Fundado
em 1993 pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da ASEA, o Fórum Regional da
associação pretende desenvolver o diálogo e consultas sobre questões políticas
e de segurança entre as nações da região da Ásia-Pacífico.
Tal
como a ASEAN, o Fórum toma decisões por consenso, o que significa que qualquer
iniciativa pode ser rejeitada pela oposição de um só membro.
EJ
// EJ
Sem comentários:
Enviar um comentário