terça-feira, 3 de outubro de 2017

PR E PM TIMORENSES PROMETEM GOVERNO DE PRIORIDADES, SERENIDADE, INCLUSÃO E DIÁLOGO

PR timorense diz que VII Governo reflete prioridades do Estado e compromisso com diálogo

Díli, 03 out (Lusa) - O Presidente timorense disse hoje que os princípios de diálogo e negociação pautaram a formação do VII Governo constitucional, parte do qual tomou posse hoje, com uma composição que ajudará a "impulsionar as prioridades nacionais mais urgentes".

"O trabalho de aproximação entre líderes nacionais, de auscultação de dirigentes de partidos e outras personalidades, de muitos setores sociais, com capacidade reconhecida pela sociedade, foi importante para formar um Governo que os cidadãos desejam e esperam (...) para avançar no desenvolvimento nacional e na redução da pobreza no nosso país", disse Francisco Guterres Lu-Olo.

Para o chefe de Estado é essencial que os investimentos do Orçamento de Estado sejam direcionados para "aumentar a qualidade dos serviços públicos", nomeadamente "melhorar os serviços de saúde e melhorar as escolas e a qualidade da Educação".

"Outra prioridade é reduzir o mais rapidamente possível a pobreza. Se a qualidade dos serviços do Estado aumentar, o esforço no combate à pobreza será, também, mais eficiente", afirmou.


"Prioridades importantes são também a criação de mais empregos para os jovens, a diversificação da economia, especialmente o turismo, a melhoria das infraestruturas, a realização de uma governação transparente e limpa", disse ainda.

Francisco Guterres Lu-Olo falava na cerimónia de tomada de posse de 20 membros do VII Governo Constitucional que se juntam aos 12, entre eles o primeiro-ministro Mari Alkatiri, que tomaram posse no passado dia 15.

O Governo ainda não está completo e faltam ainda preencher cargos como os de ministro da Justiça o que, garantiu, "não quer dizer falta de atenção" a um setor "da maior importância para reforçar o Estado de Direito, dar segurança aos investidores e assegurar o respeito integral dos direitos, liberdades e garantias, consagrados na constituição da República Democrática de Timor-Leste".

"A consolidação das instituições da Justiça é uma prioridade estratégica a que darei toda a atenção ao longo dos próximos anos", disse o chefe de Estado.

Destacando a forma "dialogante e paciente" com que o primeiro-ministro Mari Alkatiri procurou criar um Governo "com a mais ampla participação possível de todos os setores sociais e políticos da nossa sociedade", Lu-Olo saudou os esforços de diálogo.

"O esforço de diálogo e a negociação que têm sido realizados são também exemplos de uma maturidade política que inspira a nossa sociedade. Os cidadãos também sentem que a democracia que abraça, a democracia que respeita todos, inclui saber ouvir - e saber decidir - quando chega a altura de o fazer", afirmou.

Para Lu-Olo o "diálogo, o apelo à cidadania e o impulso à participação política" têm contribuído para "gerar confiança e reforçar a expectativa positiva" da sociedade timorense sobre o futuro do país.

O chefe de Estado considerou que a maturidade e estabilidade com que a população tem lidado com o processo de formação do Governo - depois das legislativas de 22 de julho - têm sido recebidas positivamente pelos parceiros de desenvolvimento.

O resultado, disse, foi um Governo com "pessoas de diferentes setores sociais e políticos" e que inclui governantes "respeitados pela sua experiência e, noutros casos, pessoas mais jovens mas que são conhecidas nos setores profissionais e reconhecidas pela capacidade técnica".

"A formação do governo não é, nem deve ser, um problema de distribuição de cadeiras. A distribuição de cadeiras é que tem de ser um instrumento para trazer ao governo as pessoas de que o país precisa, para andar para a frente", disse.

Ecoando a preocupação da sociedade civil e do próprio primeiro-ministro, Lu-Olo disse que gostaria de ter mais mulheres no executivo - há quatro entre mais de 30 para já - e comprometeu-se a trabalhar "no sentido de ajudar a reduzir o desequilíbrio entre homens e mulheres, em lugares de mais alta responsabilidade nos vários departamentos do Estado".

"A promoção das mulheres na nossa sociedade é um objetivo estratégico do desenvolvimento nacional", disse.

ASP // EL

PM timorense deixa mensagem de serenidade e promete governo de inclusão

Díli, 03 out (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri reconheceu hoje que as apreensões da população são "legítimas e oportunas", deixando-lhes uma mensagem de serenidade e o compromisso liderar um governo de "inclusão" em prol da sociedade.

"Tenho a consciência clara das apreensões existentes junto de alguns setores da nossa sociedade. Apreensões legítimas e oportunas. Como primeiro-ministro, fiz tudo para ampliar a inclusão e vou continuar a fazer tudo até terminar com a formação do Governo que chefio", disse hoje no Palácio Presidencial, em Díli.

Mari Alkatiri falava na cerimónia de tomada de posse de 20 novos membros do VII Governo que se juntam aos 11 que, com ele próprio, tomaram posse no passado dia 15 de setembro - o elenco governativo, disse, será completado em breve.

Um dos novos membros do Governo, Adaljiza Magno (atual embaixadora em Singapura e nomeada para o cargo de vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação) não tomou posse por estar ainda naquele país asiático.

O chefe do Governo disse que o executivo traduz o seu compromisso de que "em caso de vitória (nas eleições), independentemente das maiorias ou minorias, iria optar por um Governo o mais inclusivo possível".

O empenho em unir as forças políticas à volta da agenda do Governo, disse, pretende conseguir a paz e estabilidade, essenciais para o sucesso de qualquer programa de desenvolvimento.

"Todos nós sabemos que o nosso povo clama pelos direitos de uma qualidade de vida mais digna. O povo exige uma qualidade de vida traduzida na satisfação dos direitos constitucionalmente reconhecidos à melhor educação, melhor saúde, melhor acesso à eletricidade e água potável, a uma alimentação mais regular e mais completa, a uma habitação condigna", disse.

Mari Alkatiri disse que os membros do executivo têm estado ocupados em analisar a situação de cada um dos setores da governação, para ver como melhor atuar, preparando o Programa de Governo que vai ser apresentado ao Parlamento Nacional nas próximas semanas.

"Com este diagnóstico mínimo, queremos já reafirmar que, no processo de governação do país, o princípio da corresponsabilização nos atos públicos da feitura de políticas e da sua execução deve ser uma constante, deve ser assumido como uma cultura de Estado no reforço da vida institucional", disse.

"As medidas estruturantes do Estado serão tomadas após discussões amplas de procura de consensos de modo a se garantir a estabilidade do próprio Estado como uma instituição pública maior porque o titular da mesma é todo o nosso povo com todos os seus sonhos e esperanças", sublinhou ainda.

Sem referir grandes detalhes sobre a agenda de governação, o primeiro-ministro notou a necessidade de diversificação económica, de avançar com uma "visão mais integrada de desenvolvimento, uma mais clara racionalização de despesas, um investimento sério e de qualidade nas infraestruturas básicas, um reencontro entre a educação e a cultura, entre a saúde e o saneamento, entre o turismo e a História, a agricultura e a segurança alimentar e entre o comércio e a indústria".

O desenvolvimento de Timor-Leste, disse, está assente em fontes não renováveis - como o petróleo - que são um crédito das gerações vindouras que deve ser "ressarcido de modo a permitir que a economia cresça de uma forma saudável e sustentável".

Para isso, considerou, Timor-Leste deve sair do "marasmo" da economia de subsistência e de importação, que provoca assimetrias "inaceitáveis" no país, procurando corrigir os casos em que o investimento do passado "não tem correspondido às exigências" da população.

"Temos situações que exigem mais cuidados na abordagem, uma visão multifacetada ou multidisciplinar de intervenção governativa", disse, insistindo na questão da formação de recursos humanos.

Entre as medidas, Alkatri destacou a aposta em "políticas de desenvolvimento sustentável" anunciando a preparação de um "guia claro e coerente de implementação" em cuja elaboração participem todas "as forças representativas do povo no Parlamento Nacional".

"Incluir para ampliar a participação de todos, interagir com todas as Forças vivas da sociedade, definir formas de colaboração e de apoio mútuos entre o Estado, a Igreja Católica e todas as outras Confissões Religiosas, serão sempre a base incontornável da política do VII Governo Constitucional que tenho a subida honra de presidir", afirmou.

ASP // JPF

*Título TA

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