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timorense diz que VII Governo reflete prioridades do Estado e compromisso com
diálogo
Díli,
03 out (Lusa) - O Presidente timorense disse hoje que os princípios de diálogo
e negociação pautaram a formação do VII Governo constitucional, parte do qual
tomou posse hoje, com uma composição que ajudará a "impulsionar as
prioridades nacionais mais urgentes".
"O
trabalho de aproximação entre líderes nacionais, de auscultação de dirigentes
de partidos e outras personalidades, de muitos setores sociais, com capacidade
reconhecida pela sociedade, foi importante para formar um Governo que os
cidadãos desejam e esperam (...) para avançar no desenvolvimento nacional e na
redução da pobreza no nosso país", disse Francisco Guterres Lu-Olo.
Para
o chefe de Estado é essencial que os investimentos do Orçamento de Estado sejam
direcionados para "aumentar a qualidade dos serviços públicos",
nomeadamente "melhorar os serviços de saúde e melhorar as escolas e a
qualidade da Educação".
"Outra
prioridade é reduzir o mais rapidamente possível a pobreza. Se a qualidade dos
serviços do Estado aumentar, o esforço no combate à pobreza será, também, mais
eficiente", afirmou.
"Prioridades
importantes são também a criação de mais empregos para os jovens, a diversificação
da economia, especialmente o turismo, a melhoria das infraestruturas, a
realização de uma governação transparente e limpa", disse ainda.
Francisco
Guterres Lu-Olo falava na cerimónia de tomada de posse de 20 membros do VII
Governo Constitucional que se juntam aos 12, entre eles o primeiro-ministro
Mari Alkatiri, que tomaram posse no passado dia 15.
O
Governo ainda não está completo e faltam ainda preencher cargos como os de
ministro da Justiça o que, garantiu, "não quer dizer falta de
atenção" a um setor "da maior importância para reforçar o Estado de
Direito, dar segurança aos investidores e assegurar o respeito integral dos
direitos, liberdades e garantias, consagrados na constituição da República
Democrática de Timor-Leste".
"A
consolidação das instituições da Justiça é uma prioridade estratégica a que
darei toda a atenção ao longo dos próximos anos", disse o chefe de Estado.
Destacando
a forma "dialogante e paciente" com que o primeiro-ministro Mari
Alkatiri procurou criar um Governo "com a mais ampla participação possível
de todos os setores sociais e políticos da nossa sociedade", Lu-Olo saudou
os esforços de diálogo.
"O
esforço de diálogo e a negociação que têm sido realizados são também exemplos
de uma maturidade política que inspira a nossa sociedade. Os cidadãos também
sentem que a democracia que abraça, a democracia que respeita todos, inclui
saber ouvir - e saber decidir - quando chega a altura de o fazer",
afirmou.
Para
Lu-Olo o "diálogo, o apelo à cidadania e o impulso à participação política"
têm contribuído para "gerar confiança e reforçar a expectativa
positiva" da sociedade timorense sobre o futuro do país.
O
chefe de Estado considerou que a maturidade e estabilidade com que a população
tem lidado com o processo de formação do Governo - depois das legislativas de
22 de julho - têm sido recebidas positivamente pelos parceiros de
desenvolvimento.
O
resultado, disse, foi um Governo com "pessoas de diferentes setores
sociais e políticos" e que inclui governantes "respeitados pela sua
experiência e, noutros casos, pessoas mais jovens mas que são conhecidas nos
setores profissionais e reconhecidas pela capacidade técnica".
"A
formação do governo não é, nem deve ser, um problema de distribuição de
cadeiras. A distribuição de cadeiras é que tem de ser um instrumento para
trazer ao governo as pessoas de que o país precisa, para andar para a
frente", disse.
Ecoando
a preocupação da sociedade civil e do próprio primeiro-ministro, Lu-Olo disse
que gostaria de ter mais mulheres no executivo - há quatro entre mais de 30
para já - e comprometeu-se a trabalhar "no sentido de ajudar a reduzir o
desequilíbrio entre homens e mulheres, em lugares de mais alta responsabilidade
nos vários departamentos do Estado".
"A
promoção das mulheres na nossa sociedade é um objetivo estratégico do
desenvolvimento nacional", disse.
ASP
// EL
PM
timorense deixa mensagem de serenidade e promete governo de inclusão
Díli,
03 out (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri reconheceu hoje
que as apreensões da população são "legítimas e oportunas",
deixando-lhes uma mensagem de serenidade e o compromisso liderar um governo de
"inclusão" em prol da sociedade.
"Tenho
a consciência clara das apreensões existentes junto de alguns setores da nossa
sociedade. Apreensões legítimas e oportunas. Como primeiro-ministro, fiz tudo
para ampliar a inclusão e vou continuar a fazer tudo até terminar com a
formação do Governo que chefio", disse hoje no Palácio Presidencial, em
Díli.
Mari
Alkatiri falava na cerimónia de tomada de posse de 20 novos membros do VII
Governo que se juntam aos 11 que, com ele próprio, tomaram posse no passado dia
15 de setembro - o elenco governativo, disse, será completado em breve.
Um
dos novos membros do Governo, Adaljiza Magno (atual embaixadora em Singapura e
nomeada para o cargo de vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação)
não tomou posse por estar ainda naquele país asiático.
O
chefe do Governo disse que o executivo traduz o seu compromisso de que "em
caso de vitória (nas eleições), independentemente das maiorias ou minorias,
iria optar por um Governo o mais inclusivo possível".
O
empenho em unir as forças políticas à volta da agenda do Governo, disse,
pretende conseguir a paz e estabilidade, essenciais para o sucesso de qualquer
programa de desenvolvimento.
"Todos
nós sabemos que o nosso povo clama pelos direitos de uma qualidade de vida mais
digna. O povo exige uma qualidade de vida traduzida na satisfação dos direitos
constitucionalmente reconhecidos à melhor educação, melhor saúde, melhor acesso
à eletricidade e água potável, a uma alimentação mais regular e mais completa,
a uma habitação condigna", disse.
Mari
Alkatiri disse que os membros do executivo têm estado ocupados em analisar a
situação de cada um dos setores da governação, para ver como melhor atuar,
preparando o Programa de Governo que vai ser apresentado ao Parlamento Nacional
nas próximas semanas.
"Com
este diagnóstico mínimo, queremos já reafirmar que, no processo de governação
do país, o princípio da corresponsabilização nos atos públicos da feitura de
políticas e da sua execução deve ser uma constante, deve ser assumido como uma
cultura de Estado no reforço da vida institucional", disse.
"As
medidas estruturantes do Estado serão tomadas após discussões amplas de procura
de consensos de modo a se garantir a estabilidade do próprio Estado como uma
instituição pública maior porque o titular da mesma é todo o nosso povo com todos
os seus sonhos e esperanças", sublinhou ainda.
Sem
referir grandes detalhes sobre a agenda de governação, o primeiro-ministro
notou a necessidade de diversificação económica, de avançar com uma "visão
mais integrada de desenvolvimento, uma mais clara racionalização de despesas,
um investimento sério e de qualidade nas infraestruturas básicas, um reencontro
entre a educação e a cultura, entre a saúde e o saneamento, entre o turismo e a
História, a agricultura e a segurança alimentar e entre o comércio e a
indústria".
O
desenvolvimento de Timor-Leste, disse, está assente em fontes não renováveis -
como o petróleo - que são um crédito das gerações vindouras que deve ser
"ressarcido de modo a permitir que a economia cresça de uma forma saudável
e sustentável".
Para
isso, considerou, Timor-Leste deve sair do "marasmo" da economia de
subsistência e de importação, que provoca assimetrias "inaceitáveis"
no país, procurando corrigir os casos em que o investimento do passado
"não tem correspondido às exigências" da população.
"Temos
situações que exigem mais cuidados na abordagem, uma visão multifacetada ou
multidisciplinar de intervenção governativa", disse, insistindo na questão
da formação de recursos humanos.
Entre
as medidas, Alkatri destacou a aposta em "políticas de desenvolvimento
sustentável" anunciando a preparação de um "guia claro e coerente de
implementação" em cuja elaboração participem todas "as forças
representativas do povo no Parlamento Nacional".
"Incluir
para ampliar a participação de todos, interagir com todas as Forças vivas da
sociedade, definir formas de colaboração e de apoio mútuos entre o Estado, a
Igreja Católica e todas as outras Confissões Religiosas, serão sempre a base
incontornável da política do VII Governo Constitucional que tenho a subida
honra de presidir", afirmou.
ASP
// JPF
*Título
TA
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