Díli,
05 out (Lusa) - O Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, renovou por
mais um ano os mandatos dos três responsáveis máximos das forças de defesa de
Timor-Leste (F-FDTL) dando assim parecer positivo a uma proposta nesse sentido
feita pelo Governo.
Os
três decretos, publicados hoje no Jornal da República, confirmam a renovação, a
partir de sexta-feira, do mandato do major-general Lere Anan Timur, chefe do
Estado-Maior General das Forças Armadas, do brigadeiro-general Filomeno da
Paixão de Jesus, vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, e do
coronel Falur Rate Laek, como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.
No
passado dia 26 de setembro, o Governo propôs a recondução dos mandatos dos três
líderes militares.
Já
no ano passado, o executivo aprovou uma alteração ao estatuto dos militares
para ampliar extraordinariamente por um terceiro mandato o comando das F-FDTL.
A
questão da sucessão no comando das F-FDTL causou um dos maiores momentos de
tensão entre o Governo e o anterior Presidente Taur Matan Ruak (que foi
antecessor de Lere no comando das FDTL), que chegou a exonerar o comandante, a
anunciar depois a promoção de Filomeno Paixão para o cargo e que acabou por
prolongar o mandato dos três militares, indo ao encontro de uma proposta do
executivo.
A
alteração aprovada produziu efeitos retroativos a partir de 06 de outubro de
2015 - quando terminou o mandato dos dois responsáveis - e vigora até esta
sexta-feira.
Mais
do que uma questão puramente legislativa, a sucessão prende-se com a ligação
que os membros mais velhos da instituição representam das FDTL ao seu
antecessor, o braço armado da resistência à ocupação indonésia, as Falintil.
A
saída dos mais velhos, todos eles veteranos da luta - o próprio Lu-Olo que é
hoje comandante supremo das FDTL foi guerrilheiro - implicaria uma transição
geracional para uma força mais 'desligada' desse passado.
O
ministro da Defesa e Segurança, José Somotxo, disse à Lusa esta semana que o
Governo continua a estudar "o melhor processo" a adotar para avançar
o processo de transição nas F-FDTL.
"Esta
é uma questão complexa que tem que ser resolvida. Não podemos equiparar as
forças de Defesa com outros setores. Este é um assunto que preocupa todo o
Estado. As forças armadas precisam de um bom comandante e têm que ser capazes
de responder caso seja necessário", afirmou.
"Precisamos
de tempo para formar novos quadros, novos militares, para assumir a
responsabilidade", frisou.
Em
breve, confirmou, o Governo vai também analisar o que fazer a nível da
estrutura de comando da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), cujos mandatos
terminam "em breve".
Em
causa estão várias promoções, algumas por concretizar há algum tempo, e que
podem implicar alterações no comando máximo.
ASP
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário