Pequim,
01 dez (Lusa) - Um monge tibetano morreu depois de se imolar pelo fogo no
sudoeste da China, num aparente protesto contra a ocupação chinesa da região,
informaram hoje um grupo de defesa da independência do Tibete.
O
monge, um sexagenário identificado como Tenga, morreu na prefeitura autónoma
tibetana de Ganzi, na província de Sichuan, onde se tinham sido registados dois
casos idênticos este ano, informou a organização não-governamental (ONG) Free
Tibet, com sede no Reino Unido.
De
acordo com os dois grupos, este é o quinto tibetano a imolar-se pelo fogo na
China desde o início do ano e, pelo menos o 150.º desde 2009, em protesto
contra a ocupação chinesa do Tibete.
Uma
outra ONG, a Campanha Internacional pelo Tibete (ITC, na sigla em inglês),
difundiu um vídeo de um minuto, no qual um homem surge deitado no chão, em
chamas. As imagens mostram ainda a intervenção de agentes da polícia, com
cobertores e um extintor.
Segundo
a ITC, o monge gritou "Liberdade ao Tibete", enquanto ardia. A ONG
não adiantou se o homem sobreviveu.
Pequim
condena este tipo de protesto e alega que tem apoiado o desenvolvimento do
Tibete.
Para
o Governo chinês, a sociedade tibetana viveu até 1951, quando foi ocupada pelas
tropas chinesas, em "servidão feudal, numa teocracia muito distante da
civilização moderna".
O
líder político e espiritual dos tibetanos, o dalai-lama, que Pequim acusa de
ter "uma postura separatista", vive exilado na vizinha Índia, na
sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa em 1959.
Seguidores
do dalai-lama, que em 1989 recebeu o prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de
tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.
JOYP
// EJ
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