Timor-Leste
e o Vaticano assinam em agosto, em Díli, por ocasião dos 500 anos da
evangelização do território, a Concordata, o quadro jurídico das relações
bilaterais entre os dois Estados, anunciou hoje o Governo timorense.
O
acordo vai ser assinado pelo primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo,
e pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano (cargo
equivalente ao de primeiro-ministro) e que foi nomeado pelo papa Francisco para
o representar nas comemorações de 15 de Agosto
Em
comunicado, o chefe do executivo timorense referiu que "a Igreja Católica,
ao longo de 500 anos, prestou um grande apoio espiritual, humano e material ao
povo" de Timor-Leste "tendo também contribuído de forma decisiva para
o processo de libertação" do país.
"A
sua ação é reconhecida e valorizada na Constituição da República. Com efeito,
durante a luta pela Independência, fomentou a resistência do povo e legitimou
internacionalmente os propósitos da resistência", sublinhou.
"A
Igreja Católica continua a ser uma referência fundamental para a população,
pelo empenho que continua a manifestar em apoiar os caminhos do desenvolvimento
nacional, sobretudo na área da educação. Tudo isso justifica que Timor-Leste
seja o país com maior percentagem de população católica em todo o mundo,"
acrescentou o primeiro-ministro.
A
visita a Timor-Leste ocorre numa altura em que o papa Francisco continua a
deliberar sobre quem será o sucessor à frente da Diocese de Díli do bispo
Alberto Ricardo da Silva, que se tinha demitido do cargo no início do ano, por
motivos de saúde e que acabou por morrer a 2 de abril.
O
Governo destacou que a "especial relação entre a Santa Sé e Timor-Leste
permite que esta seja uma das raras vezes em que um documento deste tipo é
assinado fora do Vaticano".
Desde
2006 que Timor-Leste tem procurado concretizar a Concordata com a Santa Sé,
tendo na altura criado uma comissão para discutir os termos do acordo.
A
versão mais recente do texto do acordo, que começou a ser negociado pelos dois
Estados em 2009, foi analisada em detalhe pelo Conselho de Ministros na sua
reunião do passado dia 23 de junho.
As
conclusões dessa análise foram transmitidas depois à Santa Sé pelo Ministério
dos Negócios Estrangeiros.
Parolin,
que estará em Timor-Leste entre 13 e 15 de agosto, deverá, entre outros atos da
sua agenda, celebrar uma missa que marca os 500 anos de evangelização e que
está prevista para o dia 15 de agosto em Taci Tolo , nos arredores de Díli.
Aproveitará
a sua presença em Timor-Leste para encontros de cortesia com o Presidente da
República, Taur Matan Ruak, e com o presidente do Parlamento Nacional, Vicente
Guterres.
O
Cardeal será ainda recebido com Guarda de Honra no Palácio do Governo, em Díli,
onde se irá reunir com o primeiro-ministro.
Notícias
ao Minuto com Lusa
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