Macau,
China, 30 nov (Lusa) -- O secretário para a Segurança do Governo de Macau
garantiu hoje que as autoridades "seguiram normas internacionais" e
"não estão a encobrir nada" no caso da diretora dos serviços de
Alfândega, encontrada morta numa casa de banho pública.
"Regra
geral, em quatro horas dá para conhecer o resultado [da morte], se é suicídio
ou outra causa. (...) O que fazemos está de acordo com as normas
internacionais. Nós -- o governo de Macau, a Polícia Judiciária e Serviços de
Alfândega -- não estamos a encobrir nada", afirmou Wong Sio Chak, em
resposta a questões colocadas por deputados na apresentação das Linhas de Ação
Legislativa da sua tutela para 2016.
O
caso da morte de Lai Man Wa, a 30 de outubro, chocou a opinião pública e
levantou dúvidas relacionadas com a investigação das autoridades e forma como o
Governo de Macau lidou com o caso.
Horas
depois de a responsável ter sido encontrada morta, o Governo convocou a
imprensa e tanto o chefe do Executivo como o secretário para a Segurança
afirmaram que as investigações preliminares excluíam a hipótese de homicídio,
apontando para suicídio.
"Fizemos
investigações forenses, perguntámos a familiares e amigos o que aconteceu e
vimos as imagens das câmaras de videovigilância (...) com vista a encontrar as
causas para o suicídio", disse hoje Wong Sio Chak.
"Vamos
continuar a investigar o caso. Tanto naquele dia como no seguinte continuamos a
dizer que a Polícia Judiciária vai fazer um relatório e depois apresentar ao
Ministério Público. E depois, com a concordância dos familiares, vamos dar a
conhecer ao público", acrescentou.
Segundo
aquilo que foi divulgado, Lai Man Wa, de 56 anos, apresentava cortes nos dois
pulsos e pescoço, um saco de plástico na cabeça e havia ingerido comprimidos
para dormir. A causa de morte avançada pelas autoridades de Macau foi asfixia.
Dias
após a morte, a Associação Novo Macau, a maior organização pró-democracia do
território, pediu uma "investigação exaustiva" ao caso.
Hoje,
o deputado Au Kam San, da mesma associação, disse que a reação do Governo à
morte da dirigente "causou a desconfiança do público".
O
deputado questionou a forma como foi consumado o alegado suicídio, atendendo
aos conhecimentos técnicos da diretora-geral dos Serviços de Alfândega.
Lai
Man Wa era casada e mãe de dois filhos. Era licenciada em Ciências Policiais,
pela Escola Superior das Forças de Segurança de Macau, e mestre em
Administração Pública, pela Universidade de Zhongshan, tendo iniciado a
carreira profissional em abril de 1985, na Polícia Marítima e Fiscal.
Lai
Man Wa era diretora-geral dos Serviços de Alfândega desde 20 de dezembro
último, data da tomada de posse do atual Governo.
FV/MP
// APN
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