Díli, 06 set (Lusa) - O empresário timorense
Abílio Araújo confirmou hoje à Lusa que o grupo Investel, que lidera, é um dos
atuais três candidatos à compra da participação da brasileira Oi na Timor
Telecom, explicando que está agora a avaliar a empresa.
"Não se trata para já de ganhar ou
perder a proposta mas, nesta fase de perceber se o negócio é bom e depois das
reuniões e consultas que estamos a fazer com a administração é que saberemos
isso e faremos então a oferta vinculativa", explicou.
Em junho o empresário timorense Nilton
Gusmão, responsável do grupo ETO, confirmou à Lusa que também estava em diálogo
com a Oi para comprar a participação na Timor Telecom (TT).
Fonte próxima ao processo confirmou à Lusa
que além destes dois empresários timorenses há ainda um terceiro candidato,
nomeadamente um fundo de pensões das Fiji .
A mesma fonte explicou que se espera que o
processo possa estar concluído até outubro e que a decisão final sobre o
comprador da participação da Oi seja anunciada no próximo mês.
Em causa está a maior fatia de capital da TT
(54,01%), controlada pela sociedade Telecomunicações Públicas de Timor (TPT)
onde, por sua vez, a Oi controla 76% do capital, a que se soma uma participação
direta da PT Participações SGPS de 3,05%.
Os restantes acionistas da TPT são a
Fundação Harii - Sociedade para o Desenvolvimento de Timor-Leste (ligada à
diocese de Baucau), que controla 18%, e a Fundação Oriente (6%).
Na TT, o capital está dividido entre a TPT
(54,01%), o Estado timorense (20,59%), a empresa com sede em Macau VDT Operator
Holdings (17,86%) e o empresário timorense Júlio Alfaro (4,49%).
Abílio Araújo explicou que mais do que em Timor-Leste
o grupo Investel pretende alargar o seu investimento a outros países da CPLP e
que depois da proposta concreta inicial está agora a analisar "toda a
informação pertinente" sobre a situação da Timor Telecom.
"Até ao momento achamos que a empresa
tem condições para ser uma boa empresa. A minha preocupação, que já transmite à
Oi, é que o arrastar deste situação está a ser prejudicial para a TT",
afirmou.
Relativamente ao mercado de telecomunicações
em Timor-Leste - que especialistas dizem estar saturado com os atuais três operadores
(a indonésia Telkomcel e a vietnamita Telemor) Abílio Araújo considera que pode
haver uma reconfiguração no futuro.
"Não tenho duvida de que a TT é uma
empresa referência. Foi de facto a que investiu bastante e investiu na
valorização dos quadros timorenses. É possível que no setor vejamos fusões ou
aquisições. Essa pode ser a tendência", disse.
Sobre o seu concorrente, Nilton Gusmão, o
responsável da Investel considera que "não há um melhor que o outro",
manifestando-se porém esperançado que o ativo fica "em mãos
timorenses".
"Para
nós, esperamos que quem fique com a TT não perca de vista a referência que ela
é. Se ficar o Nilton fico satisfeito. Se ficar eu fico contente. Acho que isto
devia ficar nas mãos dos timorenses", disse.
ASP//ISG
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