Hangzhou,
China, 05 set (Lusa) - Rússia e Arábia Saudita, os dois principais produtores
de petróleo, comprometeram-se hoje a "uma firme cooperação entre países
exportadores para apoiar a estabilidade do mercado do petróleo", sem
mencionar a possibilidade de um congelamento da oferta.
Seis
meses após o fracasso das conversações de Doha, onde essa possibilidade foi
discutida, os ministros da Energia da Rússia, Alexandre Novak, e dos Recursos
Naturais da Arábia saudita, Khaled al-Faleh, assinaram à margem da cimeira do
G20, na China, uma declaração comum, considerada "histórica" por
Novak.
"Os
ministros reconheceram a importância de um diálogo construtivo e de uma
cooperação firme entre os principais países exportadores para apoiar a
estabilidade do mercado petrolífero e garantir um nível constante de
investimento ao longo do tempo", segundo o texto conjunto divulgado em
Moscovo pelo ministério russo.
"Os
ministros chegaram a acordo para uma cooperação conjunta ou com outros países
produtores de petróleo", acrescentou.
Riade,
que integra a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), e Moscovo,
que não faz parte da organização, anunciaram a criação de um grupo de trabalho
para apresentar "recomendações sobre as medidas e ações comuns a adotar
para garantir a estabilidade e previsibilidade do mercado".
Novak
vai reunir-se de novo com o seu homólogo saudita nos próximos meses.
A
Rússia e vários membros da OPEP, cujas economias se ressentiram da queda dos
preços do petróleo, tentaram no início do ano chegar a um acordo sobre o
congelamento da produção para pôr fim ao excesso de oferta.
A
reunião que tiveram em Doha (Qatar), em abril, acabou por fracassar, com a
Arábia Saudita a pretender que o Irão participasse num congelamento da produção
e Teerão a tentar chegar ao nível de produção que tinha antes das sanções que
lhe foram aplicadas pelos países ocidentais devido a programa nuclear iraniano.
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ATR
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