terça-feira, 6 de setembro de 2016

Conselho de Ciência e Tecnologia quer tornar Macau numa "cidade inteligente"


Macau, China, 06 set (Lusa) -- O Conselho de Ciência e Tecnologia de Macau anunciou hoje a criação de um grupo especializado no projeto de tornar o território numa "cidade inteligente", em linha com o definido no primeiro plano quinquenal da Região.

O anúncio foi feito hoje no final de uma reunião plenária do Conselho de Ciência e Tecnologia (CCT), presidida pelo chefe do executivo de Macau, Fernando Chui Sai On.

Em junho, numa breve visita a Macau, o fundador e presidente executivo do grupo chinês de comércio eletrónico Alibaba, Jack Ma, nomeado então consultor do CCT, afirmou estar confiante no desenvolvimento do antigo enclave português como uma "cidade inteligente".

Frederico Ma Chi Ngai, que vai presidir à nova subcomissão focada em tornar Macau numa "cidade inteligente", explicou os trabalhos que foram efetuados desde o final do ano passado, incluindo visitas a empresas ou mesas-redondas, indicando que o programa de estudos consta nomeadamente o da viabilidade de "mobilidades inteligentes".

Neste particular refere que o Fundo de Ciência e Tecnologia colaborou com a Direção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego para escolher um projeto mais apropriado, financiando empresas para desenvolverem 'software' para telemóveis ou soluções de mobilidade.

O CCT também convidou instituições para estudar as diferentes vertentes da ideia subjacente a uma "cidade inteligente", estando previsto que, no próximo mês de novembro, seja lançada uma chamada para propostas versando este domínio em exclusivo.

A nova subcomissão vai ficar incumbida de analisar as candidaturas e de escolher as que melhor se adaptam, devendo apresentar um relatório dentro de um ano, indicou o vice-presidente do CCT, Peter Lam, no final da reunião, aos jornalistas.

"É uma questão de aplicar tecnologias que existem à situação de Macau. Por exemplo, falou-se do passe eletrónico em Hong Kong -- que dá para circular em todos os transportes. [Essa] poderá ser uma possibilidade", exemplificou Rui Martins, vice-reitor da Universidade de Macau (UM) e membro do CCT.

"Há também a informação acerca dos transportes, por exemplo, o movimento de autocarros, de trânsito, a relação com parques de estacionamento (...)", realçou, indicando que a UM também tem projetos nesse campo e que foi, aliás, quem desenvolveu um mapa eletrónico de Macau disponibilizado pela Direção dos Serviços de Turismo.

Mas também tem novos na calha. "Temos várias coisas a serem desenvolvidas no âmbito da 'internet das coisas', inclusive estamos a tentar desenvolver o que se chama de 'smart campus'", disse, indicando que esse projeto -- de tentar usar tudo o que é eletrónico para gerir a vida universitária -- "pode depois ser extrapolado para uma cidade normal".

Além do grupo dedicado à "cidade inteligente" foram criadas mais duas subcomissões especializadas no seio do CCT: uma versando a investigação e outra voltada para a educação e/ou popularização da ciência.

Referindo-se à primeira, que vai liderar, o vice-reitor da Universidade de Macau falou do que considera ser "uma nova fase de apoio" à área da investigação, que vai passar por ver de que forma se poderá explorar comercialmente patentes internacionais produzidas pela UM e pela Universidade de Ciência e Tecnologia.

Falando do caso da UM em particular, Rui Martins indicou que, com cerca de 30 patentes aprovadas, se encontra na fase de "organizar 'spin-offs', que serão empresas que poderão ser criadas à volta de alunos que se doutoraram recentemente e que trabalharam nessas patentes para explorar a sua atuação comercial" -- não apenas em Macau, mas também na China e no resto do mundo.

O terceiro grupo, coordenado pela antiga deputada Ho Sio Kam, vai basicamente dar continuidade ao trabalho de popularização da ciência, nomeadamente junto das escolas.

DM // VM

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