Dezenas
de milhares de tailandeses vestidos de negro saíram hoje à rua e concentram-se
perto do palácio real, em Banguecoque, para chorar a morte do rei Bhumibol
Adulyadej, na quinta-feira, após 70 anos no poder.
A
multidão espera ver a chegada do cortejo fúnebre de Bhumibol Adulyadej, o
monarca que reinava há mais tempo em todo o mundo.
O
percurso entre o hospital onde morreu, aos 88 anos, na quinta-feira, e o
palácio foram fechados ao trânsito ainda antes do amanhecer, segundo relata a
agência de notícias AFP.
O
príncipe herdeiro, Maha Vajiralongkorn, de 64 anos, deverá conduzir a cerimónia
budista do "banho" do corpo, a primeira etapa de uma longa série de
rituais que vão durar vários meses para os membros da família real tailandesa.
Maha
Vajiralongkorn pediu na quinta-fetaiira algum tempo antes de aceitar a sucessão
ao trono, colocando a Tailândia num período de grande incerteza.
"Morreu
tranquilamente no hospital Siriraj", anunciou em comunicado o palácio real
a morte do rei. De imediato, todas as cadeias de televisão interromperam os
seus programas, dando lugar a um ecrã cinzento, enquanto dezenas de pessoas se
concentravam nas imediações do hospital.
Bhumibol
Adulyadej era considerado o único "cimento" de uma nação muito
dividida politicamente e tinha um estatuto de semideus. Subiu ao trono em 1946
após a inexplicável morte de seu irmão e muitos tailandeses nunca conheceram
outro soberano.
Ao
contrário de todas as expetativas, e algumas horas mais tarde, o príncipe
herdeiro Maha Vajiralongkorn, de 64 anos, disse necessitar de tempo antes
ocupar o lugar de seu pai.
"Foi
recebido hoje em audiência real pelo príncipe herdeiro. Pediu tempo para se
preparar antes de ser proclamado rei", declarou perante os jornalistas o
chefe da junta militar que tomou o poder em 2014, general Prayut Chan-O-Cha.
O
chefe da junta anunciou um período de luto de um ano e uma redução de todas as
atividades de divertimento durante 30 dias. As televisões com emissões
difundidas na Tailândia apenas poderão apresentar programas relacionados com a
casa real, também no decurso dos próximos 30 dias.
SAPO
TL com Lusa
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