De
Portugal a Timor-Leste… em bicicleta. A estimativa da distância a percorrer é
de 14,339 km, em 540 dias, que completam 12,960 horas. Entre Portugal e
Timor-Leste o percurso divide-se entre 20 países. A partida de Portugal está
prevista para Junho. Os preparativos são demorados e por enquanto não há uma
data exata quanto ao início do “passeio”. Um português, Abel Branco, propõe-se
à “odisseia” solitária que o fará pedalar por meio-mundo, até Timor Lorosae.
Abel
Branco, português, fotógrafo, com pernas e músculos quanto baste, tem por
objectivo entre as pedaladas dar aulas e fazer actividades gratuitas
relacionadas com a ecologia, a reciclagem e o meio ambiente. Em todos os países
em que passar tentará educar os que o quiserem escutar para um futuro comum
melhor para todos. Desde Portugal até Timor-Leste somará 20 países a pedalar,
incluindo Espanha, França, Itália, Eslovénia, Croácia, Sérvia, Roménia,
Bulgária, Turquia, Irão, Paquistão, Índia, Birmânia, Laos, Cambodja, Tailândia,
Malásia, Indonésia e Timor-Leste.
Durante
todas esta longa viagem o número de emissões de C02 será igual a “zero”, conforme
podemos ver inscrito no site “Free CO2 for our future” e também no Facebook em página com mesmo título.
A
tarefa a que Abel Branco se propõe não é fácil mas é absolutamente possível,
apesar de nunca antes ter acontecido. Há 500 anos os portugueses chegaram a
Timor-Leste nas caravelas, eram algumas dezenas em cada nau. Na atualidade há
um português que se propõe ali chegar de bicicleta, pedalando através de 20
países. Meio-mundo a pedalar, energia limpa e fraternidade, por um mundo
melhor.
Projeto
que se pode classificar de dantesco, ainda mais por ser solitário, visto que Abel
Branco vai sozinho por esse meio-mundo fora. O Timor Agora teve curiosidade de saber mais e também de mostrar e acompanhar Abel Branco, o protagonista,
para partilhar com os que nos lêem. Para “aperitivo” decidimos solicitar-lhe
uma pequena entrevista e desse modo “mostrar” Abel Branco e a “odisseia” a que
se propõe. Futuramente acompanharemos a viagem sem emissões de CO2 para a
partilhar com os que nos lêem e se interessam por esta peculiar e corajosa
“aventura”.
PEDALAR
POR MEIO-MUNDO, POR TIMOR E POR UM PLANETA MENOS POLUÍDO
Timor
Agora - Como e porque surgiu a ideia de tomares a iniciativa de enveredares
pela aventura que envolve tantos quilómetros a pedalar e tanto tempo para a
concretizarem?
Abel
Branco - A iniciativa surgiu à cerca de dois anos atrás, comecei a pensar e
idealizar este projecto, decidi fazer isto até Timor de bicicleta para termos
uma consciência maior sobre a natureza, os meios de transportes que usamos, bem
como as emissões de CO2. Toda a viagem será pensada de uma forma ecológica,
para um futuro comum ainda melhor.
TA
- Que experiência tens de percorrer grandes distâncias a pedalar por Portugal e
países estrangeiros?
AB
- Gosto de muito de usar a bicicleta na minha cidade, o Porto, mas não é um
sítio muito bom para o fazer porque é muito inclinado e por isso torna-se
difícil. Nunca fiz nenhuma viagem de longo curso em bicicleta, daí também ser
uma novidade para mim.
TA - Certamente que tens consciência de que vais percorrer muitos quilómetros e atravessar países que não oferecem a segurança que encontramos em Portugal ou na Europa.
AB
- Eu acho que a insegurança, poderá aparecer em qualquer sítio, tanto na Europa
como na Ásia, já vivi em ambos e nunca tive nenhuma problema, vivi em países
como a Índia e a Roménia, lugares que muitas vezes são olhados como inseguros,
mas na realidade não é isso que acontece! Daí os receios não surgirem em grande
número.
TA – Que tipo de preparativos estás a providenciar para ultrapassar eventuais dificuldades em países considerados menos seguros?
AB
- As dificuldades podem aparecer em qualquer lado, tenho só de estar
mentalmente preparado para qualquer imprevisto, e ter a clareza de pensar de
uma forma correcta e equilibrada, se me aparecer uma situação mais perigosa.
TA
- Que te levou a decidir esta aventura num percurso tão longo como é Portugal –
Timor-Leste? Algo de pessoal que te liga a Timor-Leste?
AB
- Eu sempre quis visitar Timor, sempre foi um grande sonhos, já vivi 1 ano na
Ásia mas nunca visitei este lugar mágico, que sempre me trouxe tanto fascínio,
pelas pessoas serem tão genuínas e de bom trato, a cultura rica e ancestral, e
muitas tradições relacionadas com a portuguesa. Daí sempre ter um enorme
fascínio por esta Terra encantada, e finalmente vou conhecê-la.
TA
- Como achas que os timorenses te vão receber em Timor-Leste?
AB
- Por todos os timorenses que conheço, eles irão me receber de braços abertos,
com um enorme respeito e carinho, com um sorriso único e são muito amigos e
hospitaleiros, e preocupados também. Acho que é assim que melhor consigo
descrever este povo tão especial para mim.
TA
- Na tua militância ecológica e a bem do planeta também estás a reservar tempo
para intervenções nessa disciplina com os timorenses?
AB
- Vou fazer actividades relacionadas com a protecção do meio ambiente, ecologia
e reciclagem em todos os países por que passar. Sendo Timor o último terei mais
tempo ainda para me dedicar unicamente a essas actividades.
TA - Como têm reagido familiares e amigos ao tomarem conhecimento da aventura que vais protagonizar?
AB
- Os familiares e amigos julgo que estão ansiosos pelo início desta viagem.
Também com o passar dos anos, e de algum tempo passado em outros países, eles
acabam por ficar menos preocupados, e mais confiantes.
TA - Já angariaste os apoios necessários para a viagem?
AB
- Os apoios estão a ser angariados, neste momento estou à procura de
patrocinadores, se alguém gostar do projecto e queira fazer parte dele, entre
em contacto comigo, terei todo o gosto em ter mais, e mais parcerias.
TA
- Como vais regressar? De avião ou novamente a pedalar?
AB
- Irei regressar de avião, não só por ser mais cómodo e menos doloroso, mas
também porque como estarei longe da minha família e amigos, o avião será mais
rápido, e conto chegar a Portugal em Dezembro de 2018, para passar o Natal em
Portugal.
Nota: Não esqueça que Timor Agora tem intenção de acompanhar a viagem de Abel Branco à distância, talvez com os relatos possíveis que Abel Branco faça chegar até nós durante o longo percurso. Se assim acontecer partilharemos com todos que nos visitem como decorre a "aventura" do solitário mas corajoso ciclista do meio-mundo.
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