sexta-feira, 19 de maio de 2017

MÁRIO CARRASCALÃO FALECEU NUMA RUA DA SUA CIDADE, EM DÍLI, TIMOR-LESTE

Ainda ontem fora condecorado pelo presidente da República, Taur Matan Ruak, tinha 80 anos e não parava, sempre por Timor. Segundo os seus conceitos. Nada fazia prever este desfecho na vida de um timorense para alguns controverso mas para todos um grande patriota. Conduzia numa rua da sua cidade, Díli, e ali o surpreendeu um ataque cardíaco que o levou ‘para junto do seu Deus e de tantos dos seus amados familiares que já antes dele se foram. Timor-Leste ficou mais pobre, como acontece sempre que perde figuras destacadas da sua história. A família Carrascalão, tão numerosa, está de luto, mas todos os timorenses também devem estar. 

Foi-se o homem ficou a obra. O reconhecimento da Nação Timorense a Mário Carrascalão foi ontem oficializado através da condecoração do Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração do país, entregue pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak. Ainda chegou a tempo de ele saber sobre o agradecimento e reconhecimento da Pátria à sua postura, à sua obra. Foi como se na despedida triste um raio de luz incidisse sobre Mário e o destacasse merecidamente como ilustre filho querido e distinto patriota. Adeus, nobre timorense. Muito obrigado.

BG | TA

Morreu o ex-vice-primeiro-ministro timorense Mário Carrascalão

O ex-vice-primeiro-ministro de Timor-Leste, Mário Carrascalão, morreu hoje no Hospital Nacional Guido Valadares, em Díli, disse à Lusa um familiar.

Mário Carrascalão, que foi governador durante a ocupação indonésia e vice-primeiro-ministro após a independência, faleceu um dia depois de ser galardoado com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração do país, entregue pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak.

ASP//ISG

Presidente timorense lamenta morte de "destacado lutador"

Díli, 19 mai (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste lamentou hoje a morte do ex-vice-primeiro-ministro Mário Carrascalão, que lembrou como "um dos mais destacados lutadores pela condição dos timorenses", autorizando o seu enterro no Jardim dos Heróis.

"Mário Carrascalão foi sempre um dos mais destacados lutadores pela condição dos timorenses, sendo daqueles que deixa, para as gerações mais jovens um legado mais rico", referiu uma nota da Presidência timorense.

"O Presidente autorizou que o Eng. Mário Carrascalão repouse no Jardim dos Heróis em Metinaro", explicou a mesma nota.

Mário Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro da capital timorense.

Taur Matan Ruak expressou "profundo pesar" pela morte de Carrascalão, que condecorou na quinta-feira com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, numa cerimónia em que participaram vários líderes timorenses.

Dirigentes do país "que beneficiaram das políticas educativas do engenheiro Mário Carrascalão e que assim tiveram, como o país, oportunidade de lhe agradecer", disse.

No discurso de entrega da condecoração, na quinta-feira, Taur Matan Ruak recordou que Mário Carrascalão "compreendeu e demostrou a todos que o objetivo da luta de libertação nacional não pode ser qualquer glória, pessoal ou coletiva".

Carrascalão "sempre defendeu Timor-Leste e os timorenses", e por acreditar na paz "promoveu conversações de paz entre o ocupante e os guerrilheiros e sempre defendeu a melhoria das condições de vida dos timorenses", afirmou.

O chefe de Estado timorense sublinhou a atenção que Mário Carrascalão deu ao tema da educação, sendo na sua altura como Governador que se fundo a primeira universidade no país, com vários jovens a terem oportunidade de estudar fora de Timor-Leste.

"A abertura do território, então totalmente isolado, promovida pelo Sr. Eng. Mário Carrascalão deu maior visibilidade ao sofrimento dos Timorenses e às justas aspirações da luta de libertação nacional", recordou.

"Uma voz ativa sempre na defesa dos timorenses", destacou-se como deputado e membro do Governo, e na vida cívica, "na defesa dos cidadãos e no combate à corrupção, um dos flagelos do nosso tempo", sublinhou.

As imagens da entrega da condecoração dominam hoje as redes sociais em Timor-Leste, onde se sucedem os comentários de pêsames de familiares, amigos, dirigentes timorenses e cidadãos comuns, que ensombram os festejos do 15.º aniversário da restauração da independência, no sábado.

ASP // EJ

Timor-Leste perdeu "figura incontornável" - bispo Nascimento

Díli, 19 mai (Lusa) - O presidente da Conferência Episcopal Timorense e bispo de Baucau, Basílio do Nascimento, lamentou hoje a perda de Mário Carrascalão, considerando-o uma "figura incontornável" que colocou Timor-Leste "na passadeira internacional".

"É o desaparecimento de uma grande figura, gostasse-se ou não se gostasse, concordasse-se ou não, foi uma grande figura de Timor, durante o tempo da ocupação", afirmou à Lusa Basílio do Nascimento.

"Ele pôs Timor na passadeira internacional, sobretudo no momento em que Timor estava vedado ao exterior. Ele usou da sua inteligência, da sua capacidade de persuasão, para abrir Timor ao mundo e fazer com que o mundo soubesse o que se passava em Timor", considerou.

O prelado timorense destacou, por um lado, o facto de Mário Carrascalão ter tido um papel fulcral na educação de muitos timorenses, muitos deles hoje líderes no país, e a importância dos encontros que manteve com Xanana Gusmão em 1983 próximo da localidade de Lariguto.

"Foi um encontro histórico e o aproximar de timorenses até então separados pelas ideologias e pelas condições. Um ato histórico dos dois, Xanana Gusmão e Mário Carrascalão", disse.

A importância de Lariguto está simbolicamente reconhecida no principal salão do edifício da Comissão Nacional de Eleições (CNE), que dá nome ao espaço, em reconhecimento do diálogo que representa.

"Mário Carrascalão é uma figura incontornável. Hoje há muito poucas vozes que são críticas da sua ação e mesmo essas poucas não deixam de lhe reconhecer o mérito", disse o bispo timorense.

Questionado sobre se Mário Carrascalão deveria ser enterrado no Cemitério dos Heróis em Metinaro, Basílio do Nascimento disse que a decisão cabe à família, mas que o ex-vice-primeiro-ministro "merece sem qualquer dúvida estar lá".

Mário Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro de Díli.

ASP // FPA

PM timorense lamenta morte inesperada de "grande combatente"

Díli, 19 mai (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, lamentou a morte inesperada de Mário Carrascalão, que faleceu hoje vítima de ataque cardíaco, recordando-o como "um grande combatente em prol do bem-estar" dos timorenses.

"Lamento imenso a inesperada morte do engenheiro Mário Viegas Carrascalão, que é uma inquestionável figura de referência para o país", disse Rui Araújo numa mensagem enviada à Lusa.

"Ainda ontem [quinta-feira] tive a enorme satisfação de estar presente na cerimónia de condecoração e de o felicitar por ter sido merecidamente agraciado pelo chefe do Estado por tudo aquilo que fez em prol de Timor-Leste e dos Timorenses, nalgumas e não raras ocasiões, arriscando a sua própria vida", disse.

Mário Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro da capital timorense.

Ex-vice-primeiro-ministro do IV Governo constitucional, Mário Carrascalão foi fundador da UDT e governador nomeado pela Indonésia para Timor-Leste.

Na mensagem, Rui Araújo recordou-o como "um grande combatente do bem-estar e prosperidade dos Timorenses".

"Paz à sua alma e profundas condolências à família enlutada", refere a mensagem.

ASP // SB

Ramos-Horta destaca "integridade, honestidade, dedicação"

Díli, 19 mai (Lusa) - O ex-Presidente timorense José Ramos-Horta lembrou hoje a "integridade, honestidade e dedicação a Timor-Leste" do ex-vice-primeiro-ministro Mário Carrascalão, cuja notícia da morte recebeu com "profundo choque".

"Muitas vezes não era compreendido. Mas não há alguém em Timor-Leste que alguma vez pudesse apontar algo negativo a Mário Carrascalão no tocante à sua integridade, honestidade e sua dedicação a Timor-Leste", disse Ramos-Horta em declarações à Lusa, em Díli.

"Mário Carrascalão sempre foi um defensor da verdade, denunciando a corrupção ou prepotência no tempo indonésio e após a independência, mas sempre se pugnou pela reunião, reconciliação entre todos os timorenses", afirmou.

Ramos-Horta disse que sempre admirou Carrascalão, o quinto de 12 irmãos (e o quarto a falecer), "desde os tempos em que era chefe dos serviços de agricultura", no tempo da administração portuguesa de Timor-Leste.

Depois, conheceu o homem "simples, acessível e honesto", que desempenhou funções na missão permanente da Indonésia junto da ONU, e "embora em campos diplomáticos opostos" sempre "confidenciou em privado a verdade da situação no país", afirmou.

"Quando foi convidado para Governador, peguntou a minha opinião e eu disse que deveria aceitar porque assim poderia proteger timorenses e ele aceitou", recordou Ramos-Horta.

"Salvou muitas vidas de timorenses, conseguiu a primeira abertura de Timor-Leste e pela primeira vez centenas de timorenses puderam ir para Jacarta estudar com bolsas de estudo", disse.

"Houve inúmeras situações em que interveio junto de Suharto [Presidente da Indonésia entre 1967 e 1998] para melhorar a situação em Timor-Leste", disse, recordando o trabalho daquele que foi Governador de Timor-Leste entre 1982 e 1992.

Mário Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro da capital timorense.

Uma testemunha, Hipólito da Silva, disse ter visto o carro a despistar-se e depois a embater num poste, tendo ido em auxilio de Carrascalão que estava ainda vivo. Transportado para o Hospistal Guido Valadares, morreu pouco tempo depois.

A família está ainda a organizar o funeral.

Fundador do primeiro partido timorense, a União Democrática Timorense (UDT), Carrascalão foi Governador nomeado por Jacarta e, depois da independência, exerceu o cargo de vice-primeiro-ministro no IV Governo constitucional.

ASP // EJ

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