Díli,
05 mai (Lusa) - O primeiro-ministro timorense considerou hoje que o setor
privado deveria estudar aplicar aos seus funcionários o aumento dado no início
do ano à função pública, ainda que considere que isso não baste para reforçar o
poder de compra.
"Se
no setor público houve certa percentagem de aumento, essa percentagem de
aumento deveria também ser estudada pelo setor privado, particularmente tendo
em conta as margens de lucro disponíveis, para poder beneficiar também os
trabalhadores", afirmou Rui Araújo, em declarações à Lusa.
Reivindicações
neste sentido têm sido feitas nos últimos dias por sindicatos e organizações
laborais que questionam o facto de o salário mínimo não ter sido alterado em
vários anos e de o poder de compra dos timorenses estar a diminuir.
Caso
isso ocorresse, poderia representar, na prática, um aumento do salário mínimo
de 115 dólares - valor que correspondia ao escalão mais baixo da função pública
antes do aumento deste ano - para cerca de 150 dólares, o valor mais baixo pago
agora na função pública.
Recorde-se
que em 2012 o salário mínimo em Timor-Leste foi fixado em 115 dólares mensais
(105 euros), depois de um estudo da Comissão Nacional de Trabalho (CNT), tendo
desde aí sido feitas várias propostas de aumento que nunca chegaram a
materializar-se.
O
debate sobre o aumento reacendeu-se este ano depois de uma correção nos
salários da função pública que viu os rendimentos dos funcionários aumentarem
entre 04 e 20% dependente do escalão, o primeiro aumento em sete anos.
O
Governo promoveu praticamente todos os funcionários no escalão mais baixo (115
dólares) - exceto em casos de processos disciplinares ou avaliações negativas -
para o escalão seguinte que passou de receber 119 para receber 150 dólares
(136,8 euros).
Rui
Araújo advertiu que o aumento do salário não é o único fator que determina o
poder de compra dos timorenses, já que "a economia continuar a ser
maioritariamente de importação", o que afeta o que podem comprar e a que
custo.
"Por
isso, o Governo quer dinamizar ainda mais a diversificação económica
particularmente no setor produtivo dos bens básicos ligados à agricultura e
pescas para reduzir a dependência da importação e daí baixar um pouco os
preços", considerou.
ASP
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário