segunda-feira, 24 de julho de 2017

PLP quer parlamento "dinâmico" e oposição "saudável" -- dirigente

Díli, 24 jul (Lusa) - O número dois do Partido Libertação Popular (PLP), terceira força mais votada nas legislativas de sábado em Timor-Leste, disse hoje que o partido não está preocupado com governação, mas sim em criar um parlamento "dinâmico" com uma oposição "saudável".

"Neste momento se há ou não coligação não é a principal preocupação do PLP. Os que têm maioria dos votos, vão ter de decidir", afirmou Fidelis Magalhães em entrevista à Lusa.

"A nossa preocupação é como dinamizar um novo parlamento com melhor política e políticos e como vamos defender os interesses dos nossos apoiantes e do povo em geral. Não estamos preocupados com o tipo e formação do próximo Governo", afirmou.

A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) venceu as eleições legislativas de sábado com uma margem de apenas mil votos, suficientes para lhe dar 23 lugares, um mais do que os do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), que obteve 22 mandatos, no parlamento de 65 lugares.


O PLP, liderado pelo ex-Presidente da República Taur Matan Ruak, estreou-se com oito lugares, à frente do Partido Democrático (PD) que obteve sete e do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), com cinco.

Fidelis Magalhães, que acompanha Taur Matan Ruak há vários anos - foi chefe da Casa Civil do Presidente - é número dois na lista do partido, ocupando um dos oito mandatos que o PLP obteve na votação de sábado.

Questionado hoje pela Lusa sobre se o PLP aceitará integrar alguma coligação de Governo, o número dois na lista de deputados do partido disse que a escolha dos eleitores foi clara, deve ser respeitada e insistiu não estar preocupado com a formação do Governo.

Magalhães diz que tem faltado uma "oposição saudável" perante uma "coligação que conseguiu reunir todas as forças políticas mas utilizou a unanimidade para uma política que não deu vantagens, que não foi mais construtiva" para o país.

"A nossa ambição é ter um parlamento dinâmico com uma política e com políticos dinâmicos a bem de Timor-Leste. O que nos interessa é como viabilizar um serviço melhor, melhor política no parlamento. Como salvar a política dos políticos que ate à data no meu ver só defendem os interesses partidários, dos seus grupos e deixam passar as leis que nem sequer têm condições para avançar", considerou.

Estar na oposição, disse, "não significa que o PLP vai discordar com todas as posições" porque o partido quer "desenvolver habilidade e agilidade para trabalhar com todos os outros partidos.

"Não vejo uma oposição que torne o parlamento como um adversário sem justificação. Somos claramente racionais, percebemos muito bem os objetivos comuns, temos a nossa estratégia como alcançar os nossos objetivos", disse.

Magalhães sublinhou que o eleitorado não quis dar maioria absoluta a ninguém, "não quis ter um ou dois a governar sem alternativas" e disse que "quer uma melhor política no Parlamento Nacional".

ASP//ISG

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