Díli,
24 jul (Lusa) - O número dois do Partido Libertação Popular (PLP), terceira
força mais votada nas legislativas de sábado em Timor-Leste, disse hoje que o
partido não está preocupado com governação, mas sim em criar um parlamento
"dinâmico" com uma oposição "saudável".
"Neste
momento se há ou não coligação não é a principal preocupação do PLP. Os que têm
maioria dos votos, vão ter de decidir", afirmou Fidelis Magalhães em
entrevista à Lusa.
"A
nossa preocupação é como dinamizar um novo parlamento com melhor política e
políticos e como vamos defender os interesses dos nossos apoiantes e do povo em
geral. Não estamos preocupados com o tipo e formação do próximo Governo",
afirmou.
A
Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) venceu as eleições
legislativas de sábado com uma margem de apenas mil votos, suficientes para lhe
dar 23 lugares, um mais do que os do Congresso Nacional da Reconstrução
Timorense (CNRT), que obteve 22 mandatos, no parlamento de 65 lugares.
O
PLP, liderado pelo ex-Presidente da República Taur Matan Ruak, estreou-se com
oito lugares, à frente do Partido Democrático (PD) que obteve sete e do Kmanek
Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), com cinco.
Fidelis
Magalhães, que acompanha Taur Matan Ruak há vários anos - foi chefe da Casa
Civil do Presidente - é número dois na lista do partido, ocupando um dos oito
mandatos que o PLP obteve na votação de sábado.
Questionado
hoje pela Lusa sobre se o PLP aceitará integrar alguma coligação de Governo, o
número dois na lista de deputados do partido disse que a escolha dos eleitores
foi clara, deve ser respeitada e insistiu não estar preocupado com a formação
do Governo.
Magalhães
diz que tem faltado uma "oposição saudável" perante uma
"coligação que conseguiu reunir todas as forças políticas mas utilizou a
unanimidade para uma política que não deu vantagens, que não foi mais
construtiva" para o país.
"A
nossa ambição é ter um parlamento dinâmico com uma política e com políticos
dinâmicos a bem de Timor-Leste. O que nos interessa é como viabilizar um
serviço melhor, melhor política no parlamento. Como salvar a política dos
políticos que ate à data no meu ver só defendem os interesses partidários, dos
seus grupos e deixam passar as leis que nem sequer têm condições para avançar",
considerou.
Estar
na oposição, disse, "não significa que o PLP vai discordar com todas as
posições" porque o partido quer "desenvolver habilidade e agilidade
para trabalhar com todos os outros partidos.
"Não
vejo uma oposição que torne o parlamento como um adversário sem justificação.
Somos claramente racionais, percebemos muito bem os objetivos comuns, temos a
nossa estratégia como alcançar os nossos objetivos", disse.
Magalhães
sublinhou que o eleitorado não quis dar maioria absoluta a ninguém, "não
quis ter um ou dois a governar sem alternativas" e disse que "quer
uma melhor política no Parlamento Nacional".
ASP//ISG
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