Díli,
20 jul (Lusa) - O Presidente da República timorense disse hoje que reduzir e
eliminar a pobreza é a "prioridade norteadora da ação do Estado" e
que o êxito do processo político deve ser também avaliado pelo desenvolvimento
social e económico do país.
Num
discurso em Díli a menos de 48 horas das eleições legislativas, no quarto ciclo
eleitoral do país que em 2002 restaurou a sua independência, Francisco Guterres
Lu-Olo disse que "a consolidação do estado de Direito reforça a confiança
dos cidadãos e dos agentes económicos".
A
realização de "eleições livres, pacíficas e isentas é tão fundamental para
prestigiarmos o país, como para consolidar a confiança das famílias, da
sociedade, e dos investidores, nacionais e internacionais, que podem contribuir
para criar novos empregos e acelerar o processo de desenvolvimento
nacional", afirmou Lu-Olo.
"A
estabilidade política gera confiança nos agentes sociais e económicos e promove
o desenvolvimento", disse.
O
chefe de Estado falava num encontro promovido pela Comissão Nacional de
Eleições (CNE) sobre o processo de realização de eleições livres em Timor-Leste
que reuniu observadores nacionais e internacionais, entre outros participantes.
Vinte
partidos e uma coligação apresentam-se sábado às urnas para a eleição dos 65
membros do Parlamento Nacional de onde sairá o VII Governo constitucional.
"O
nosso povo está consciente da importância deste momento histórico, no ano do
15.º aniversário da Restauração da Independência", disse Lu-Olo, que foi
eleito no passado dia 20 de março.
"Conheço
a determinação dos cidadãos, dos partidos e da sociedade timorense em
assegurarmos, juntos, o êxito das eleições e tomarmos nas nossas mãos esse
êxito - para darmos um novo impulso ao anseio, que partilhamos, de construirmos
uma vida melhor, num país melhor", frisou.
Lu-Olo
saudou a forma responsável como partidos e cidadãos se comportaram durante a
campanha eleitoral de um mês, fazendo cumprir um compromisso de reforço da paz
e da estabilidade assinado pelos líderes políticos em junho.
"Com
satisfação minha, terminada a campanha, renovo as felicitações aos líderes,
militantes e apoiantes de todos os partidos pelo respeito rigoroso, até à data,
do compromisso assinado", disse.
"A
maneira como decorreu a campanha eleitoral não me surpreendeu. Ela foi, por si
só, uma expressão notável de maturidade democrática, de maturidade dos
cidadãos. Esta maturidade reforça a minha confiança no futuro e no potencial de
desenvolvimento social e económico do nosso país", frisou ainda.
O
chefe de Estado disse que a forma como o processo eleitoral se deve aos
esforços conjuntos de muitos, dos partidos à cidadania, do Governo à sociedade
civil.
Lu-Olo
relembrou os progressos que "o exercício da democracia registou" nas
últimas duas décadas em vários países, especialmente na Ásia, "resultado
das aspirações e da vontade dos respetivos povos".
Timor-Leste
e o seu povo, disse, "sente justificada satisfação por ser coautor, além
de beneficiário, de alguns importantes desenvolvimentos democráticos dos
últimos 20 anos na região".
"A
democracia é, hoje, um património precioso dos timorenses e do Estado
timorense. Exatamente porque este património é precioso, não podemos ser
complacentes. Não podemos descansar sobre os resultados já obtidos",
disse.
"Temos
de ser proativos no reforço da democracia. Uma forma de o fazermos é
trabalharmos, permanentemente, para a transparência e a qualidade das
eleições", considerou.
ASP
// SB
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