Díli,
04 out (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, disse que o VII
Governo constitucional timorense deverá ficar completo na próxima semana com a
tomada de posse dos elementos que faltam, entre eles os ministros da Justiça e
do Turismo.
"Quero
escolher mulheres para os cargos de Justiça e Turismo. Será a última fase de
nomeação", disse Mari Alkatiri, explicando que espera que os restantes
membros do executivo tomem posse na próxima semana.
Fonte
do Governo explicou à Lusa que além dos cargos de ministros da Justiça e
Turismo devem ser ainda nomeados mais um vice-ministro para o turismo, um
vice-ministro das Finanças e um secretário de Estado, possivelmente de
Eletricidade.
"Tudo
indica que será esta a composição definitiva do executivo", disse.
Até
hoje já tomaram posse, em duas fases, 32 membros do Governo - entre eles o
primeiro-ministro Mari Alkatiri - faltando tomar posse a vice-ministra dos Negócios
Estrangeiros, Adaljiza Magno, atual embaixadora em Singapura.
Com
a tomada de posse dos membros do Governo conclui-se um longo processo de
negociação e formação do VII Governo Constitucional que é formalmente assente
na coligação minoritária da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin) e do Partido Democrático (PD) mas que inclui pessoas ligadas a
outros partidos incluindo as forças de oposição Congresso Nacional da
Reconstrução Timorense (CNRT) e Partido Libertação Popular (PLP).
"Cumpri
com aquilo que prometi, com o que a Fretilin prometeu, tentar incluir o máximo
de cidadãos representando ou não os seus respetivos partidos. A inclusão é isso
mesmo. A Fretilin já disponibilizou líderes seus para integrar o VI Governo mas
nunca os considerou como representando a Fretilin. Isso chama-se inclusão, é
incidência parlamentar", explicou Alkatiri depois da tomada de posse dos
novos membros do Governo, na terça-feira.
De
fora do Governo ficará Xanana Gusmão, que deverá assumir a liderança de uma
nova Alta Autoridade para o Desenvolvimento da Costa Sul, onde nos próximos
anos - e na sequência do acordo de fronteiras entre Timor-Leste e a Austrália -
deve incidir uma parte importante do investimento do executivo.
"Xanana
Gusmão não precisa de estar no Governo para servir o Estado", considerou
Alkatiri.
O
primeiro grande teste ao executivo deverá decorrer em breve quando o Governo
levar ao Parlamento Nacional o Programa do Governo, que Alkatiri garantiu já
estar pronto e a ser alvo da revisão final.
Alguma
imprensa timorense, as redes sociais e algum debate político continuam a
questionar a possibilidade do Governo minoritário não conseguir cumprir o seu
mandato, algo que José Ramos-Horta, ministro de Estado, considera pouco
provável.
"A
democracia, uma sociedade livre, as redes sociais dão para tudo isso. Para
dizer coisas brilhantes, menos brilhantes, para ver constitucionalistas sérios
e para ver meios constitucionalistas. Tudo vale", afirmou.
"Mari
Alkatiri e o resto do Governo estão serenos. Fiquei impressionado com o enorme
esforço que Mari Alkatiri fez para cumprir o que disse antes das
eleições", considerou.
Horta
mostrou-se convicto que o CNRT vai viabilizar o Governo no Parlamento Nacional
porque o seu líder, Xanana Gusmão, "disse que quer viabilizar o Governo e
autorizou Agio Pereira a aceitar um cargo no Governo para uma área critica, de
fronteiras" do país.
"Homem
de Estado que é, fundador deste país, não quer mais surpresas e quer
estabilidade. Alguém como Xanana só não apoiaria o Programa do Governo se não
fosse coerente com o Plano Estratégico de Desenvolvimento e com a visão e sonho
de desenvolver a costa sul", disse.
"Acredito
que será Xanana Gusmão a liderar a nova Alta Autoridade. É uma autoridade que
visa ter muitos meios ao dispor, do Estado, mas que também vai mobilizar muitos
meios do exterior. Eu vou também apoiar a mobilizar financiamento internacional
para a costa sul", afirmou.
ASP
// FV. | Foto RTTL
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