quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Governo timorense deverá ficar completo na próxima semana -- PM

Díli, 04 out (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, disse que o VII Governo constitucional timorense deverá ficar completo na próxima semana com a tomada de posse dos elementos que faltam, entre eles os ministros da Justiça e do Turismo.

"Quero escolher mulheres para os cargos de Justiça e Turismo. Será a última fase de nomeação", disse Mari Alkatiri, explicando que espera que os restantes membros do executivo tomem posse na próxima semana.

Fonte do Governo explicou à Lusa que além dos cargos de ministros da Justiça e Turismo devem ser ainda nomeados mais um vice-ministro para o turismo, um vice-ministro das Finanças e um secretário de Estado, possivelmente de Eletricidade.

"Tudo indica que será esta a composição definitiva do executivo", disse.

Até hoje já tomaram posse, em duas fases, 32 membros do Governo - entre eles o primeiro-ministro Mari Alkatiri - faltando tomar posse a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Adaljiza Magno, atual embaixadora em Singapura.


Com a tomada de posse dos membros do Governo conclui-se um longo processo de negociação e formação do VII Governo Constitucional que é formalmente assente na coligação minoritária da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e do Partido Democrático (PD) mas que inclui pessoas ligadas a outros partidos incluindo as forças de oposição Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e Partido Libertação Popular (PLP).

"Cumpri com aquilo que prometi, com o que a Fretilin prometeu, tentar incluir o máximo de cidadãos representando ou não os seus respetivos partidos. A inclusão é isso mesmo. A Fretilin já disponibilizou líderes seus para integrar o VI Governo mas nunca os considerou como representando a Fretilin. Isso chama-se inclusão, é incidência parlamentar", explicou Alkatiri depois da tomada de posse dos novos membros do Governo, na terça-feira.

De fora do Governo ficará Xanana Gusmão, que deverá assumir a liderança de uma nova Alta Autoridade para o Desenvolvimento da Costa Sul, onde nos próximos anos - e na sequência do acordo de fronteiras entre Timor-Leste e a Austrália - deve incidir uma parte importante do investimento do executivo.

"Xanana Gusmão não precisa de estar no Governo para servir o Estado", considerou Alkatiri.

O primeiro grande teste ao executivo deverá decorrer em breve quando o Governo levar ao Parlamento Nacional o Programa do Governo, que Alkatiri garantiu já estar pronto e a ser alvo da revisão final.

Alguma imprensa timorense, as redes sociais e algum debate político continuam a questionar a possibilidade do Governo minoritário não conseguir cumprir o seu mandato, algo que José Ramos-Horta, ministro de Estado, considera pouco provável.

"A democracia, uma sociedade livre, as redes sociais dão para tudo isso. Para dizer coisas brilhantes, menos brilhantes, para ver constitucionalistas sérios e para ver meios constitucionalistas. Tudo vale", afirmou.

"Mari Alkatiri e o resto do Governo estão serenos. Fiquei impressionado com o enorme esforço que Mari Alkatiri fez para cumprir o que disse antes das eleições", considerou.

Horta mostrou-se convicto que o CNRT vai viabilizar o Governo no Parlamento Nacional porque o seu líder, Xanana Gusmão, "disse que quer viabilizar o Governo e autorizou Agio Pereira a aceitar um cargo no Governo para uma área critica, de fronteiras" do país.

"Homem de Estado que é, fundador deste país, não quer mais surpresas e quer estabilidade. Alguém como Xanana só não apoiaria o Programa do Governo se não fosse coerente com o Plano Estratégico de Desenvolvimento e com a visão e sonho de desenvolver a costa sul", disse.

"Acredito que será Xanana Gusmão a liderar a nova Alta Autoridade. É uma autoridade que visa ter muitos meios ao dispor, do Estado, mas que também vai mobilizar muitos meios do exterior. Eu vou também apoiar a mobilizar financiamento internacional para a costa sul", afirmou.

ASP // FV. | Foto RTTL

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