O diretor-geral para a Cooperação
Internacional e Desenvolvimento da Comissão Europeia (UE) disse hoje que o
programa de apoio da instituição à criação de emprego no setor cultural irá
fomentar o acesso dos artistas ao mercado através da Internet.
Stefano Manservisi assinou hoje,
na cidade de Santa Maria, na ilha cabo-verdiana do Sal, um apoio de 26 milhões
de euros da União Europeia aos Países Africanos de Língua Portuguesa e a
Timor-Leste (PALOP-TL) para promover o emprego no setor cultural (18 milhões) e
a reforma da gestão das finanças públicas (8 milhões).
A assinatura decorreu à margem
dos trabalhos da cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa (CPLP), que hoje termina, e contou com
representantes dos países abrangidos pelo programa.
No final do encontro, em
declarações aos jornalistas, Stefano Manservisi sublinhou a importância do
programa na transformação de atividades culturais em económicas, criando
emprego e possibilitando acesso dos artistas ao mercado.
Para Stefano Manservisi, o
programa, que será gerido pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e
coordenado por Moçambique, "é um testemunho muito forte da cooperação
entre a União Europeia, PALOP e Timor-Leste".
"É uma cooperação antiga, mas
que se renova, desta vez concentrada na cultura como criação de emprego e valor
acrescentado para as pessoas. É particularmente importante, está em linha com o
tema da cimeira e é algo que vai ao coração do desenvolvimento", disse.
O responsável da UE adiantou que,
na prática, o programa se traduz "em formação, acesso ao mercado e criação
de empresas culturais nos países de língua portuguesa".
"A música, o teatro, o
ballet, a pintura são realidades culturais e queremos intervir para as tornar
também em atividades económicas. Da ideia da criação cultural à criação de
empresas, acesso ao mercado através da Internet, para que possam vender os seus
produtos, organização de encontros de formação para que aquilo que é uma ideia
se possa transformar em emprego", disse.
Quanto à componente do apoio
relativa à reforma da gestão das finanças públicas, Stefano Manservisi destacou
a necessidade de continuar a partilhar as melhores práticas em matéria de
administração.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros de Moçambique, José Pacheco, que assinou o documento em
representação dos restantes Estados, destacou como prioritária assistência
técnica à promoção da indústria cultural ao nível dos Estados membros.
"O que se espera com este
projeto é que os países criarão espaço para poderem promover mais oportunidades
de emprego. Vai servir como uma alavanca para os países avançarem de forma mais
firme no âmbito da indústria da cultura", disse.
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os países abrangidos pelo
programa.
Lusa | em SAPO TL | Foto em A Nação cv
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