sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Ministro indigitado timorense diz que não tem casos na justiça e não entende "perseguição"


Díli, 29 jan (Lusa) -- O ministro indigitado da Saúde timorense mostrou-se hoje surpreendido por estar a ser alvo de "ataques" ao seu caráter, com suspeitas de que é procurado pela justiça, afirmando ter confirmado com o Ministério Público não ser suspeito em nenhum caso.

"Hoje mesmo estive no Ministério Público para saber se há alguma notificação, alguma questão em que esteja envolvido. Mas disseram-me que não", afirmou Sérgio Lobo, em declarações à Lusa.

"Estou um pouco admirado e não sei por que estou a ser alvo deste tipo de perseguição. Que não faz sentido", afirmou.

Lobo confirmou que a única questão com a justiça ocorreu em novembro do ano passado quando foi notificado, como testemunha, para prestar declarações sobre um barco-ambulância comprado pelo IV Governo e que ficou sem funcionar, desde aí, depois de ter feito uma única viagem.

"Fez a primeira viagem e ficou parado até agora. Custou entre 400 e 500 mil dólares. Mas acho que não tinha as condições técnicas", contou.

"Felizmente que, na altura, não tínhamos técnicos no Ministério da Saúde e por isso pedi aos técnicos do Ministério dos Transportes para avaliar. Eles mandaram uma equipa que disse que estava tudo bem", recordou.

Depois dessa avaliação, disse, aceitou receber formalmente o barco, "que ficou logo parado depois da primeira viagem". Lobo garante que não é arguido no processo e que apenas é testemunha.

Os comentários surgem depois de uma semana de debates nas redes sociais provocados por "informações divulgadas por perfis falsos" de que teria fugido do país para escapar a um mandado de captura da justiça, rumores que acabaram por ser veiculados por alguns órgãos de comunicação social timorenses.

"Comecei a receber telefonemas de pessoas a perguntar onde estava. Disse-lhes que estava em Díli e eles disseram que estavam a correr coisas no Facebook de que eu tinha fugido", contou."Depois a notícia foi-se multiplicando e eu sem perceber porquê", disse.

Lobo é um dos nove dirigentes timorenses que foi indigitado para assumir uma pasta no VIII Governo, mas a quem o Presidente da República recusou até agora dar posse -- meio ano depois - por terem "o seu nome identificado nas instâncias judiciais competentes" ou terem "um perfil ético controverso".

O agora consultor da ministra interina da Saúde disse à Lusa que não entende os motivos pelos quais não pode ainda tomar posse. 

ASP // VM

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