Pequim,
07 ago 2020 (Lusa) - Um quarto cidadão do Canadá foi hoje condenado à pena de
morte na China por produção e tráfico de drogas, anunciou um tribunal do país,
numa altura de tensão diplomática entre Otava e Pequim.
Identificado
em mandarim como Ye Jianhui, o cidadão canadiano foi julgado por "tráfico
e produção de drogas", informou o Tribunal Intermédio de Foshan, na
província de Guangdong, que faz fronteira com Macau.
Ye
Jianhui e cinco outros réus foram condenados em simultâneo.
Segundo
o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, as autoridades
apreenderam 217
quilogramas de MDMA, ou ecstasy, que estavam na posse
dos seus réus.
Os
acusados foram punidos por crimes cometidos entre 2015 e 2016.
Na
quinta-feira, um tribunal de Cantão, a capital de Guangdong, anunciou a
condenação à pena de morte de outro cidadão canadiano, identificado como Xu
Weihong, por "produção" de drogas.
O
ministro dos Negócios Estrangeiros do Canadá, François-Philippe Champagne,
disse estar "profundamente preocupado".
"Sempre
nos oporemos à pena de morte", lembrou, durante uma entrevista ao canal
CBC. "Dissemos isto repetidamente ao Governo chinês e continuaremos a
fazê-lo".
As
relações entre Otava e Pequim atravessam um período de renovada tensão desde a
prisão, em dezembro de 2018, em Vancouver - a pedido dos Estados Unidos - de
Meng Wanzhou, diretora financeira do grupo chinês das telecomunicações Huawei.
Acusada
por Washington de ter violado as sanções contra o Irão, Meng está em liberdade
condicional no Canadá, a partir de onde corre o risco de extradição para os
Estados Unidos.
A
China deteve dois canadianos logo a seguir à detenção de Meng: um ex-diplomata
e um consultor, que são acusados de "ameaçarem a segurança nacional".
Em
abril de 2019, um tribunal chinês condenou um cidadão canadiano identificado
como Fan Wei à pena de morte por tráfico de drogas.
Em
janeiro do mesmo ano, um tribunal condenou à pena de morte outro canadiano,
Robert Lloyd Schellenberg, inicialmente condenado a uma pena de 15 anos de
prisão, mas que a justiça chinesa considerou posteriormente ser uma sentença
muito branda.
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