Pequim,
07 ago 2020 (Lusa) - O ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, pediu hoje ao
homólogo norte-americano, Mark Esper, que "evite movimentos perigosos",
que possam levar a uma escalada no Mar do Sul da China.
Numa
conversa por telefone, a convite de Esper, Wei enfatizou a "posição de
princípio" da China em várias questões, incluindo o Mar do Sul da China,
Taiwan e a "estigmatização" da China pelos EUA, informou a agência
noticiosa oficial Xinhua.
Segundo
a mesma fonte, Esper disse a Wei que, face às tensões entre as duas potências,
os militares dos dois países "devem manter o diálogo e a consulta para
administrar as crises, evitar mal-entendidos e reduzir os riscos".
A
agravar as tensões está a deslocação do secretário de Saúde e Serviços Humanos
norte-americano, Alex Azar, a Taiwan, no próximo domingo, a visita de mais alto
nível à ilha por um funcionário norte-americano desde 1979, quando Washington e
Pequim estabeleceram relações diplomáticas.
A
República Popular da China condena qualquer contacto oficial com a ilha, que
funciona como uma entidade política soberana, ameaçando a reunificação pela
força, "caso seja necessário".
Esta
visita representa mais um passo na política atual de Washington de rivalidade
em relação à China em praticamente todas as frentes: comércio, competição
tecnológica, a pandemia do novo coronavírus, direitos humanos ou a soberania do
Mar do Sul da China.
A
questão de Taiwan é vista por Pequim como a "mais sensível e
importante" no seu relacionamento com os Estados Unidos.
O
chefe do Pentágono e o ministro da Defesa chinês "trocaram opiniões sobre
as relações militares bilaterais, bem como trocas na próxima fase",
segundo a Xinhua.
"Wei
exortou os EUA a cessarem as suas palavras e atos errados, a melhorar a gestão
e controlo dos riscos marítimos, evitar a realização de movimentos perigosos
que possam agravar a situação e salvaguardar a paz e estabilidade
regional", escreveu a Xinhua.
É
a primeira vez, desde março, que há evidências de que os responsáveis pela
Defesa das principais potências mundiais mantêm uma comunicação direta.
Em
junho, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o chefe das Relações
Internacionais do Partido Comunista Chinês (PCC), Yang Jiechi, reuniram na ilha
norte-americana do Havai.
JPI
// SB
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