Lisboa,
21 abr (Lusa) -- O vice-Presidente brasileiro Michel Temer disse hoje, em
Lisboa, que a convivência com os países da CPLP, que "agem com a
preservação dos direitos humanos", fez bem à Guiné Equatorial, que entrou
para o bloco lusófono em 2014.
"Eu
acho que fez bem à Guiné Equatorial (...) essa interação com os demais países
que agem com a preservação dos direitos humanos", disse à Lusa Michel
Temer.
Michel
Temer conversou com a Lusa à margem da visita oficial de dois dias a Portugal,
onde se encontrou com autoridades portuguesas e manteve contacto com outros
setores do país, nomeadamente o empresarial.
"A
sensação que eu tenho, não tenho informações muito precisas, muito concretas,
mas a sensação que tenho, depois das informações que colhi hoje numa reunião
com os embaixadores junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em
Lisboa, é que lá começou uma certa abertura, fruto precisamente desta inserção
da Guiné Equatorial" no bloco lusófono, sublinhou.
A
Guiné Equatorial, onde se fala espanhol, entrou para a CPLP em julho de 2014,
apesar das organizações de direitos humanos acusarem o regime do Presidente
Teodoro Obiang (há mais de 30 anos no poder) de corrupção, branqueamento de
capitais, perseguição, prisão e tortura dos seus opositores.
O
país, para poder entrar no bloco lusófono, decretou uma moratória da pena de
morte, tendo executado antes disso cerca de uma dezena de pessoas.
De
acordo com Temer, "a Guiné Equatorial tentou, em muitos momentos das
reuniões da CPLP, ingressar. Os países de língua portuguesa fizeram algumas
exigências, que foram cumpridas ao longo do tempo".
"O
Brasil não se opunha, evidentemente, a essa entrada, mas também pregava
especialmente no tocante aos direitos humanos, a obediência a preservação dos
direitos humanos na Guiné Equatorial", afirmou.
"Quando
ingressou na CPLP, foi porque houve um consenso dos países integrantes para a
admissão da Guiné Equatorial", avaliou.
Atualmente,
a oposição política na Guiné Equatorial continua a denunciar abusos em relação
aos direitos humanos no país, nomeadamente, a perseguição e prisão de políticos
e opositores do regime de Obiang.
Teodoro
Obiang e os membros da sua família já enfrentaram ou continuam a enfrentar
processos judiciais de branqueamento de capitais e outros delitos em países
como os Estados Unidos, França e Brasil.
CSR
// EL
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