terça-feira, 26 de maio de 2015

China "só atacará se for atacada" - documento sobre estratégia militar


Pequim, 26 mai (Lusa) - A China anunciou a disposição de reforçar a marinha e o seu potencial bélico no domínio eletrónico, para desenvolver uma "defesa ativa" do país, mas garantiu que "só atacará se for atacada".

"Não atacaremos a não ser que sejamos atacados e contra-atacaremos, de certeza, se formos atacados", diz o primeiro Livro Branco do Governo chinês sobre estratégia militar, difundido hoje em Pequim.

Segundo o documento, apesar do crescente poder económico e influência internacionais da China, a política de Defesa do país continua assente nos "princípios da defesa e autodefesa".

"Por mais forte que a China se torne, nunca se desviará desta estratégia e não procurará uma expansão militar. A China é contra o hegemonismo em todas as suas formas", proclama o Livro Branco.

Os estrategas chineses consideram que num futuro próximo "não é previsível uma guerra mundial" e que "a situação internacional deverá permanecer geralmente pacífica", mas alertam, sem mencionar qualquer país, que "há ameaças externas de hegemonismo e neointervencionismo".

A China mantém um aceso diferendo com o Japão acerca da soberania das Ihas Diaoyu (Senkaku, em japonês) e considera que os diversos arquipélagos do Mar do Sul da China reclamados também pelo Vietname, Filipinas e outros países da região são igualmente "parte integrante" do seu território.

O traçado da longa fronteira sino-indiana, que já originou uma guerra entre os dois países mais populosos do planeta, em 1961, também está ainda por regular.

As Foças Armadas chinesas, as mais numerosas do mundo, com cerca de 2,3 milhões de efetivos, mantêm o revolucionário nome de Exército Popular de Libertação e são chefiadas por uma Comissão Militar Central, presidida pelo secretário-geral do Partido Comunista Chinês, o cargo político mais importante do país.

AC // VM

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