Banguecoque,
01 mar (lusa) -- O parlamento birmanês antecipou de 17 para 10 de março a
eleição do novo Presidente do país, numa votação que manterá o veto à líder do
movimento democrático, Aung San Suu Kyi, noticiam hoje os media locais.
O
novo chefe de Estado será eleito entre três candidatos, dois deles propostos
por cada uma das câmaras do parlamento e um terceiro pelo exército, segundo
prevê a Constituição aprovada pela última junta militar.
O
partido da Liga Nacional para a Democracia (NLD), de Suu Kyi, tem a maioria
parlamentar suficiente para determinar o futuro chefe de Estado, após a vitória
nas eleições de novembro, mas a prémio Nobel da Paz não pode desempenhar o
cargo.
Suu
Kyi é impedida devido a um artigo da Constituição que veta para o cargo
candidatos com familiares estrangeiros, caso da Nobel da Paz, viúva de um
britânico e cujos dois filhos têm passaporte do Reino Unido.
O
presidente do parlamento anunciou a antecipação na votação após várias semanas
de negociações entre a NLD e os militares.
"Nós
demos tempo com esperança de negociar com os militares a suspensão da seção (da
Constituição) 59 f", disse um da NLD ao diário Myanmar Times, acrescentado
que "uma vez que tal já não irá acontecer temos de deixar este plano.
Voltaremos ao plano anterior que passa por nomear um presidente que atue como
delegado no lugar de Suu Kyi".
Segundo
o mesmo jornal, Suu Kyi assumiria o cargo de ministro do exterior no próximo
Governo, o que lhe permitiria participar no Conselho Nacional de Defesa e
Segurança.
A
Birmânia (Myanmar) foi governada por generais entre 1962 a 2011, quando a
última junta militar foi dissolvida após a transferência de poder para um
governo civil de forma a começar um processo de reformas políticas, económicas
e sociais.
RCP
// ARA
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