Macau,
China, 01 mar (Lusa) - O Comissariado Contra a Corrupção de Macau revelou hoje
que dois empresários estão em prisão preventiva por ligações ao caso de
corrupção que envolve o antigo procurador do Ministério Público da região,
detido na sexta-feira passada.
Num
comunicado, o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) revela que, depois de a
prisão preventiva ter sido aplicada ao ex-dirigente do Ministério Público, no
sábado, foi aplicada na segunda-feira "a mesma medida de coação" a
dois "comerciantes locais".
Os
dois homens eram já arguidos no caso, mas não estavam presos, "no entanto,
no seguimento da investigação, o CCAC apurou" que "praticaram atos em
conluio com vista à uniformização dos seus testemunhos em processo e
perturbaram a recolha de provas".
O
CCAC sublinha que todos os arguidos neste processo estavam proibidos de
contactar entre si.
Quanto
ao ex-procurador de Macau Ho Chio Meng, que foi o chefe máximo do Ministério
Público entre 1999 e dezembro de 2014, foi detido na sexta-feira e ficou em
prisão preventiva no sábado.
O
Tribunal de Última Instância (TUI) de Macau está a apreciar hoje um pedido de
'habeas corpus' (pedido de libertação imediata devido a ilegalidade na
detenção) apresentado pelo seu advogado.
Ho
Chio Meng é suspeito de corrupção neste caso, que envolve três chefias do
Ministério Público (o ex-procurador, o ex-chefe do gabinete do procurador e um
assessor) e "vários empresários locais", incluindo dois familiares de
Ho Chio Meng, segundo o CCAC.
Em
causa está a adjudicação, sempre às mesmas empresas, de quase 2.000 obras nas
instalações do próprio Ministério Público, entre 2004 e 2014, explicou o CCAC.
As
empresas envolvidas viram adjudicadas a seu favor, de forma ilegal, diversas
obras e serviços contratados pelo MP, num valor superior a 167 milhões de
patacas (19 milhões de euros), sendo que, deste montante, os suspeitos
envolvidos terão beneficiado de pelo menos 44 milhões de patacas (cerca de cinco
milhões de euros), segundo o CCAC.
MP
(DM/ISG) // ARA
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