quarta-feira, 2 de março de 2016

Dois empresários de Macau presos no caso de corrupção no Ministério Público


Macau, China, 01 mar (Lusa) - O Comissariado Contra a Corrupção de Macau revelou hoje que dois empresários estão em prisão preventiva por ligações ao caso de corrupção que envolve o antigo procurador do Ministério Público da região, detido na sexta-feira passada.

Num comunicado, o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) revela que, depois de a prisão preventiva ter sido aplicada ao ex-dirigente do Ministério Público, no sábado, foi aplicada na segunda-feira "a mesma medida de coação" a dois "comerciantes locais".

Os dois homens eram já arguidos no caso, mas não estavam presos, "no entanto, no seguimento da investigação, o CCAC apurou" que "praticaram atos em conluio com vista à uniformização dos seus testemunhos em processo e perturbaram a recolha de provas".

O CCAC sublinha que todos os arguidos neste processo estavam proibidos de contactar entre si.

Quanto ao ex-procurador de Macau Ho Chio Meng, que foi o chefe máximo do Ministério Público entre 1999 e dezembro de 2014, foi detido na sexta-feira e ficou em prisão preventiva no sábado.

O Tribunal de Última Instância (TUI) de Macau está a apreciar hoje um pedido de 'habeas corpus' (pedido de libertação imediata devido a ilegalidade na detenção) apresentado pelo seu advogado.

Ho Chio Meng é suspeito de corrupção neste caso, que envolve três chefias do Ministério Público (o ex-procurador, o ex-chefe do gabinete do procurador e um assessor) e "vários empresários locais", incluindo dois familiares de Ho Chio Meng, segundo o CCAC.

Em causa está a adjudicação, sempre às mesmas empresas, de quase 2.000 obras nas instalações do próprio Ministério Público, entre 2004 e 2014, explicou o CCAC.

As empresas envolvidas viram adjudicadas a seu favor, de forma ilegal, diversas obras e serviços contratados pelo MP, num valor superior a 167 milhões de patacas (19 milhões de euros), sendo que, deste montante, os suspeitos envolvidos terão beneficiado de pelo menos 44 milhões de patacas (cerca de cinco milhões de euros), segundo o CCAC.

MP (DM/ISG) // ARA

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