quarta-feira, 2 de março de 2016

XANANA GUSMÃO: ATÉ ONDE VAI A SUA AÇÃO?



A liberdade é um dos bens mais preciosos e mais desejado para qualquer sociedade. É a forma de materialização da ação do e entre o Homem. É o poder de se exprimir e de realizar os sonhos, os pensamentos e idealizações, ou dito de outra forma, é o livre-arbítrio. Mas como diz o outro, “a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros”. É necessário que saibamos o quão importante é respeitar a liberdade dos outros como é respeitar a nossa liberdade. Pois a liberdade trata-se de direitos, mas também de regras e deveres.

A este respeito se questiona a iniciativa e liberdade do Presidente da República em comunicar, no Parlamento Nacional, sobre a sua interpretação em torno da nomeação do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, que acabou por afetar a imagem e reputação de dois grandes líderes, entre eles, de Xanana Gusmão. Tenho em mim, que a sua reação foi resultado das suas idas aos sucos e municípios, nos quais se confrontou com as necessidades e exigências populares, despoletando em si a necessidade de apelar ao executivo a atenção em resolver os problemas e desafios, bem como de “chamar à atenção”a oposição para que se torne mais ativa, crítica e capaz em apresentar medidas concretas e alternativas ao interesse nacional. Como referi no artigo anterior, a oposição no executivo é sinónimo de consolidação e força da Democracia.

Mas também coloco a hipótese da atuação do Presidente da República se ter tratado de uma manobra política, com vista a ganhar simpatizantes e militantes para um possível partido político.

Quanto à sua acusação a Xanana Gusmão, não me revejo na sua afirmação, muito pelo contrário. Xanana Gusmão tem contribuído sim para o desenvolvimento de Timor-Leste e para a libertação do seu povo. Temos de olhar para os indicadores sociopolíticos que nos demonstram os progressos que já foram atingidos. E quanto a isso devemos à liderança e ação de Xanana. E com dignidade e humildade, cedeu o lugar de Primeiro-Ministro às gerações mais novas, desenvolvendo o espírito de inclusão dos mais jovens no executivo – a dita transição geracional na sequência da remodelação. É necessário ressaltar que abriu mão de privilegiar o seu partido político na formação do VI Governo Constitucional para incluir personalidades fora da sua liderança partidária, a isto se chama a mais pura e verdadeira defesa do interesse nacional. É também um ato de apelo à unidade nacional, para que as gerações antes de 74 e as de depois de 74, juntas procedam à luta de libertação do povo, com a mesma força e vontade, que se materializou na luta pela libertação da Pátria, em vencer os desafios, respondendo às necessidades funcionais e estruturais da sociedade timorense e assim se desenvolva Timor-Leste.

Nessa ótica, é profundamente importante a contribuição e ação de cada um, de cada timorense no processo de desenvolvimento de Timor-Leste, envolvendo o sentido democrático aliado à virtude.

- Rojer Rafael Soares - rrtsoares@hotmail.com

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