O
Governo moçambicano, o principal partido de oposição (Renamo), e a mediação
internacional suspenderam hoje as negociações de paz até 10 de outubro, para
analisarem em separado os pontos em agenda, disse à imprensa fonte do processo
negocial.
"Esta
pausa vai servir para a análise dos assuntos que já estão na mesa ",
afirmou, à imprensa, o coordenador da equipa de mediadores internacionais, o
italiano Mario Raffaelli, falando no fim da sessão negocial.
De
acordo com Raffaeli, o Governo e a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana)
vão refletir durante o período de suspensão em torno da exigência do principal
partido de oposição de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas
eleições gerais de 2014 e a cessação dos confrontos militares entre as Forças
de Defesa e Segurança e o braço armado do principal partido de oposição.
Além
do estudo dos referidos pontos de agenda, acrescentou Mario Raffaelli, as
partes terão espaço para a preparação de documentos sobre os pontos de agenda
que estão a ser debatidos.
"É
uma pausa oportuna e que coincide com uma data importante [4 de outubro, dia da
assinatura do Acordo Geral de Paz de 1992]", afirmou.
O
coordenador dos mediadores adiantou que a subcomissão criada para a preparação
de um pacote legislativo sobre a descentralização continuará os seu trabalhos.
Esta
é a segunda suspensão do atual processo negocial em Moçambique a pedido dos
mediadores.
Além
da exigência do maior partido de oposição de governar em seis províncias onde
reivindica vitória eleitoral e a cessação imediata dos confrontos, a agenda do
atual processo negocial integra a despartidarização das Forças de Defesa e
Segurança, incluindo na polícia e nos serviços de informação do Estado, e o
desarmamento do braço armado da Renamo e sua reintegração na vida civil.
A
região centro e norte de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço
armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança e
denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas
partes.
As
autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas
estradas e ataques nas últimas semanas em localidades do centro e norte de
Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis,
como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da empresa mineira
brasileira Vale.
Alguns
dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os
justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança,
acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde presumivelmente se encontra.
A
Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições
gerais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no
poder há mais de 40 anos) de ter cometido fraude no escrutínio.
SAPO
TL com Lusa
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