Pequim,
02 jan (Lusa) -- Um dirigente chinês advertiu Hong Kong de que a China não vai
permitir que ninguém use a cidade para prejudicar a estabilidade do país,
depois de nos últimos meses terem aumentado as tensões sobre o emergente
movimento pró-independência.
As
tensões intensificaram-se na antiga colónia britânica e atual região
administrativa especial chinesa depois de dois jovens pró-independência,
durante os seus discursos de tomada de posse como deputados, terem usado
palavras consideradas difamatórias para a China, comprometendo-se a servir a
"nação de Hong Kong".
Numa
entrevista à televisão estatal CCTV no domingo, o diretor do Gabinete de Ligação
do Governo Popular Central em Hong Kong, Zhang Xiaoming, disse que controlar o
movimento pró-independência na cidade requer o reforço da "consciência de
fundo" entre a população.
"Em
relação a Hong Kong, ninguém é autorizado a envolver-se em qualquer tipo de
atividade que prejudique a soberania e segurança nacional, ou que desafie a
autoridade do governo central ou a Lei Básica de Hong Kong, ou a usar Hong Kong
para infiltrar e subverter a estabilidade social e política do interior da
China", disse Zhang.
"Estes
são as três linhas de fundo", acrescentou.
As
autoridades do Partido Comunista chinês têm visto com alarme a emergência dos
políticos pró-independência, apesar de apenas uma minoria dos residentes de
Hong Kong apoiar tal movimento.
Antiga
colónia britânica, ocupada durante a Guerra do Ópio, em meados do século XIX,
Hong Kong é desde julho de 1997 uma Região Administrativa Especial da China.
Segundo
a fórmula "um país, dois sistemas", adotada também em Macau, as
políticas socialistas em vigor no resto da China não se aplicam no território
e, exceto nas áreas da Defesa e Relações Externas, o território goza de
"um alto grau de autonomia".
O
desaparecimento no ano passado de cinco livreiros conhecidos por publicarem
livros sobre a vida privada dos líderes políticos chineses gerou a condenação
da comunidade internacional e aumentou os receios de muitos residentes de Hong
Kong quando, meses mais tarde, os cidadãos desaparecidos apareceram presos no
interior da China.
Ao
abrigo do atual sistema eleitoral, o líder do Governo de Hong Kong é
selecionado por um colégio eleitoral de 1.200 membros representativos dos
vários setores sociais.
O
impopular líder da cidade, Leung Chun-ying, também conhecido por CY Leung, e
considerado por muitos dos seus críticos como um "fantoche" de
Pequim, disse no mês passado que não voltaria a concorrer ao cargo de chefe do
Executivo.
Regina
Ip, antiga secretária para a Segurança, e o juiz na reforma Woo Kwok-hing, são
as duas candidaturas apresentadas ao cargo até à data.
FV
(DM) // JPS
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