terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

ANTECIPAR PARA PREVENIR!


Roger Rafael Soares * | opinião

Ainda que a data de inicio para a campanha eleitoral seja em 10 de abril de 2018, o governo em gestão tem desenvolvido formas de divulgar uma imagem de má gestão por parte das governações anteriores, de forma a mobilizar o eleitorado e assim obter-lhe o voto nas eleições próximas.

É claro e sabido que auditoria aos Ministérios reveste uma enorme importância dado o seu o contributo para a gestão eficaz e eficiente do Estado. O que significa, e também se espera, que a auditoria em curso seja desenvolvida de uma forma imparcial e objetiva, devendo as suas análises e avaliações serem dotadas de objetividade e rigor, com recomendações e sugestões que auxiliem, quer a gestão dos Ministérios no cumprimento das suas funções e responsabilidades, quer no processo de tomada de decisão, o que se reverterá em valor acrescentado a cada Ministério.

Agora, face ao contexto e situação políticos, coloca-se a questão: até que ponto a auditoria possa estar a ser utilizada como pretexto com vista a ser objeto de mobilização do eleitorado. É necessário identificar eventuais falhas e deficiências ocorridas durante as governações anteriores, para que se possa melhorar a gestão do Estado e dessa forma, se garanta um maior cumprimento das respostas às necessidades do país e do Povo.

Se há a intenção de combate à corrupção com seriedade por parte do governo de gestão, também deverá mostrar isenção e imparcialidade na tomada de decisões quanto à colocação dos recursos humanos nos vários cargos e funções dos Ministérios e no Exterior. Afinal, o favoritismo também se regista neste Governo. Enquanto nas Governações anteriores, os cargos foram repartidos para os vários partidos, incluindo da oposição, a isto se designou Unidade Nacional. Ainda que tenha surgido desentendimento entre o PD e o CNRT durante o mandato do VII Governo, o certo é que os políticos se mantiveram nos seus cargos até ao final do mesmo. Agora, utilizar a auditoria como pretexto para atingir fins políticos, a isto se chama calculismo político. Porém, volto a frisar a importância do contributo da auditoria na melhoria da gestão e administração do Estado, ao permitir que se identifiquem eventuais falhas e erros, por forma a prevenir irregularidades, bem como promover a eficiência e eficácia da Administração do Estado.

Portanto, valorizar a estratégia de Xanana Gusmão é o ponto-chave para o desenvolvimento do País e do Povo, ao ter em consideração todos os elementos da sociedade timorense no projeto nacional, cabendo a cada um assumir as responsabilidades dos seus atos e ações.

*Rojer Soares | Ailili, Manatuto, Timor-Leste - rrtsoares@hotmail.com

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